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Energia

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2018 às 18:33

Pagamento a elétricas pode chegar a R$ 90 bi

Prorrogação do prazo para cobrir rombo das transmissoras deve elevar desembolsos em até R$ 30 bilhões

Prorrogação do prazo para cobrir rombo das transmissoras deve elevar desembolsos em até R$ 30 bilhões


/BETH SANTOS/SECRETARIA GERAL DA PR/DIVULGAÇÃO/JC
A dívida bilionária que os consumidores de energia pagam mensalmente a transmissoras poderá ter seu prazo prorrogado de 8 para 25 anos. Na prática, isso reduziria a parcela paga por ano, mas pode ampliar o valor total desembolsado em até R$ 30 bilhões por causa das correções monetárias. O valor será corrigido por uma taxa fixada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A dívida bilionária que os consumidores de energia pagam mensalmente a transmissoras poderá ter seu prazo prorrogado de 8 para 25 anos. Na prática, isso reduziria a parcela paga por ano, mas pode ampliar o valor total desembolsado em até R$ 30 bilhões por causa das correções monetárias. O valor será corrigido por uma taxa fixada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A dívida, provocada por mudanças regulatórias feitas em 2012 pelo governo Dilma Rousseff, havia sido calculada em R$ 62,2 bilhões. Com a alteração, o valor pode passar a até R$ 93 bilhões ao fim dos 25 anos, segundo a Anace, associação que reúne grandes consumidores de energia.
O cálculo não é exato, pois pode sofrer com diferentes variáveis ao longo de um prazo tão extenso. O aumento do custo financeiro, porém, será de, no mínimo, R$ 20 bilhões, estima Ricardo Savoia, diretor da consultoria Thymos.
O argumento do governo para rever a conta é que está em andamento um pacote de melhorias que dará mais eficiência ao setor elétrico, e o aumento poderá ser compensado por outras economias futuras.
O imbróglio que gerou a dívida começou em 2012, quando a então presidente Dilma Rousseff antecipou a renovação das concessões das transmissoras. Em troca, foi prometida uma indenização, para compensar investimentos antigos não amortizados.
A negociação em torno da dívida foi longa, e a cobrança só começou em agosto de 2017. Os valores definidos, porém, não são consensuais. Entidades de indústrias entraram com ações judiciais questionando a tarifa, que consideram elevada. Hoje, R$ 9 bilhões do montante total estão travados por liminares, e outras ações aguardam análise.
A nova forma de cobrança poderá ajudar o processo de privatização da Eletrobras, segundo analistas. Um impacto positivo seria a redução da conta de luz no curto prazo, que seria de 2%, em média, segundo a Thymos. Esse alívio poderia amenizar o impacto de um eventual aumento da tarifa provocado pela privatização da Eletrobras, reduzindo a resistência ao projeto, avalia Jorge Pereira da Costa, vice-presidente da consultoria Roland Berger. "Pode ser uma tentativa de retirar argumentos desfavoráveis à privatização."
Outro benefício seria o possível fim da briga judicial em torno da dívida, o que daria mais garantia de que os recursos entrariam no caixa. Do valor total, 72% iria para a Eletrobras - Furnas receberia 37% e Chesf, 21%.
A medida, porém, ainda está em negociação. Tanto transmissoras quanto consumidores criticaram a proposta. A Anace diz que manterá a ação judicial, porque discorda da cobrança como um todo, e não só dos termos de pagamento. "O consumidor não tem que pagar nada. Além disso, falta transparência. Esses cálculos estão corretos? Que auditoria foi feita?", diz o presidente, Carlos Faria.
Do outro lado, a Abrate, que reúne transmissoras públicas e privadas, manifestou preocupação com a redução dos valores recebidos por ano. "Com o pagamento em 25 anos, a receita (anual) é bem menor. Isso afeta nossa capacidade de atender aos investimentos que o ministério exige. As empresas aprovaram em 2017 seus planos de negócio contando com esse dinheiro. Se não se concretizar, vai ser uma frustração grande, é claro que vai ter problema", diz Mario Miranda, presidente da associação.
Além disso, a medida passará pelo crivo dos acionistas da Eletrobras, afirma Laura Souza, do Machado Meyer Advogados. "Se houver resistência, o governo deve rever."
 

Consumo de energia elétrica tem primeira alta em três anos

Classe residencial teve elevação tímida de apenas 8% no ano passado

Classe residencial teve elevação tímida de apenas 8% no ano passado


AGÊNCIA BRASIL/JC
O consumo de energia elétrica totalizou 463.948 gigawatts-hora (GWh) em 2017, o que corresponde a um crescimento de 0,8%, no primeiro resultado positivo dos últimos três anos, segundo levantamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Somente em dezembro, o consumo foi de 39.288 GWh, alta de 1,7% em relação ao verificado no mesmo período do ano anterior.
O consumo no mercado cativo (atendido pelas distribuidoras) teve queda de 5,6% em 2017 e de 3% em dezembro, influenciada pela migração de consumidores para o mercado livre, que cresceu 18,4% e 13,7%, respectivamente.
Entre as classes de consumo, destaque para o segmento industrial, que cresceu 1,3% no ano passado, alcançando 165.883 GWh, após duas quedas consecutivas nos anos anteriores, reflexo da melhora "lenta e gradual" da conjuntura econômica. A EPE destacou o desempenho dos ramos extrativo mineral ( 4,9%), alimentício ( 3,6%) e de papel e celulose ( 2,9%), mas também chamou a atenção a alta de 5,5% no consumo de energia pelo setor automotivo.
A classe residencial, por sua vez, registrou um aumento mais tímido no consumo de energia, de 0,8%, influenciado principalmente pela expansão da base de consumidores. "Mesmo crescendo aquém do histórico, afetada pela fraca atividade do mercado imobiliário, a base avançou 2,4%, alcançando 70,9 milhões de unidades consumidoras, e compensou, assim, a retração a 157 kWh/mês (-1,5%) do consumo médio por residência."
A EPE salientou que o consumo residencial apresentou desempenho mais positivo no segundo semestre ( 1,4%) em relação à primeira metade do ano ( 0,6%) e lembrou que, ao longo do ano, as condições do mercado de trabalho foram melhorando, ao passo que o barateamento do crédito e os recursos extraordinários do FGTS incentivaram a compra de eletrodomésticos, em parte visando à substituição de equipamentos.
"A entrada desses equipamentos mais eficientes do que os anteriores implica uma redução do consumo", explicou a EPE, prevendo que a situação deve se reverter num segundo momento, à medida que o mercado de trabalho se torne mais consistente e o orçamento doméstico esteja menos pressionado, permitindo a aquisição de novos equipamentos que possam resultar em aumento do consumo de energia.
Por fim, a classe comercial apresentou pequena variação no consumo em 2017, de 0,3% frente ao ano anterior, influenciada pelo crescimento registrado em 15 das 27 unidades da Federação, o que, na visão da EPE, evidencia a "disparidade na retomada da atividade econômica entre os estados".
Considerando somente o comportamento de dezembro de 2017, o consumo industrial cresceu 4,4%, apesar de o mês ter tido dois dias úteis a menos que igual período de 2016. Destaque para o setor metalúrgico, que demandou 11% mais eletricidade, seguido pelos setores de borracha e material plástico ( 6,8%), e automotivo ( 6,6%). Já a classe comercial apresentou uma evolução no consumo de eletricidade de 1,4% no período, desempenho também atribuído à retomada da economia.
O consumo de energia elétrica por residências cresceu apenas 0,3% no último mês de 2017, em relação ao ano anterior. Segundo a EPE, fatores como temperatura mais amena e ciclo de faturamento (com menos dias) teriam influenciado no desempenho. "Expurgado, por exemplo, o efeito do ciclo menor de faturamento, o crescimento verificado seria de aproximadamente 1%", afirmou.
 

Seminário nacional de distribuição recebe inscrições até 31 de março para trabalhos técnicos


Realizado a cada dois anos, o Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi) acontecerá em Fortaleza em novembro com o intuito de promover a troca de experiências entre as empresas distribuidoras de energia elétrica, fomentando ideias para a manutenção e desenvolvimento da qualidade dos serviços prestados.
As inscrições para os trabalhos técnicos já começaram e seguem até o dia 31 de março. Organizado pelo Grupo Enel, o evento é promovido pela Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee). Os trabalhos técnicos devem ser escritos em português, obrigatoriamente em meio magnético e abordar assuntos de aplicabilidade no sistema de distribuição de acordo com o temário proposto. Os trabalhos serão avaliados e selecionados obedecendo aos seguintes critérios: aplicação prática; escalabilidade de aplicação; ordenação de ideias, conteúdo e clareza do trabalho técnico; originalidade, criatividade, ineditismo; e relevância para o setor elétrico. As inscrições podem ser feitas por meio do site oficial: www.sendi.org.br.