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Política

- Publicada em 24 de Janeiro de 2018 às 19:37

Desembargadores descartam julgamento político

Cerca de 100 profissionais da imprensa acompanharam sessão no TRF-4

Cerca de 100 profissionais da imprensa acompanharam sessão no TRF-4


/MARCO QUINTANA/JC
Marcus Meneghetti
A sessão da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que julgou o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou pontualmente às 8h30min, a uma distância considerável das manifestação em apoio ao petista, devido ao bloqueio policial ao redor do edifício do tribunal.
A sessão da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que julgou o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou pontualmente às 8h30min, a uma distância considerável das manifestação em apoio ao petista, devido ao bloqueio policial ao redor do edifício do tribunal.
Nas ruas que circundam o prédio, havia muitos policiais, alguns jornalistas - de várias partes do mundo - e nenhum transeunte. Mal dava para ouvir as palavras de ordem que ecoavam do carro de som estacionado nos arredores do Anfiteatro Pôr-do- Sol, epicentro dos atos pró-Lula.
Dentro do edifício da Justiça Federal, antes de proferirem o voto, os três desembargadores da 8ª Turma rebateram as críticas dos defensores de Lula de que o julgamento teria cunho político, com o objetivo de impedir que o petista concorra à presidência da República nas eleições de 2018.
Em seus votos, não só mantiveram a condenação determinada pelo juiz Sérgio Moro, mas também aumentaram a pena de prisão para 12 anos e um mês, executável a partir do esgotamento dos recursos na segunda instância.
Ainda no início da sessão, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, foi o último representante de defesa a se manifestar, por 15 minutos. Ao sustentar a tese de "perseguição política", Zanin citou as manifestações de membros da força-tarefa da Operação Lava Jato nas redes sociais. "Tentaram extrair resultados políticos do julgamento", criticou no púlpito destinado aos advogados de defesa.
O relator do processo no TRF-4, desembargador João Pedro Gebran Neto, rebateu tais críticas durante a leitura do seu parecer, que durou mais de três horas, pois o documento tinha 430 páginas. "Essa tese não serve para outra coisa senão tentar desqualificar os magistrados envolvidos nesse processo", disse Gebran - que defendeu ainda a imparcialidade de Moro.
Em seguida, citou, várias vezes, a sentença do juiz curitibano para explicar por que estava rejeitando cada uma das solicitações da defesa - como, por exemplo, a reclamação de que Moro negou perícias sobre a origem do dinheiro empregado no triplex do Guarujá. "Isso já foi analisado, esse assunto já foi decidido, esse tema já foi igualmente estudado", dizia Gebran. 
O segundo a votar, o revisor do processo, Leandro Paulsen, também defendeu - por mais de uma hora - a idoneidade do processo e a qualificação dos representantes do Judiciário que fazem parte da força-tarefa da Lava Jato. Paulsen sustentou que o Judiciário tinha que ser "cauteloso" ao julgar crimes de um ex-presidente. O último a votar, Victor Laus, decano da 8ª Turma, assumiu um tom extremamente didático, fugindo do "juridiquês" para justificar o voto com o relator - que, além de aumentar a pena, determinou a prisão imediata depois de findados os recursos na segunda instância. O julgamento terminou por volta das 17h45min, sob uma chuva forte. 
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