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Opinião

- Publicada em 16 de Janeiro de 2018 às 16:25

A crise hospitalar com o mau diagnóstico médico

Um dos mais tradicionais hospitais de Porto Alegre, o Beneficência Portuguesa, está por fechar. Por isso, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) lançou campanha pública em prol da recuperação daquele nosocômio mais do que centenário.
Um dos mais tradicionais hospitais de Porto Alegre, o Beneficência Portuguesa, está por fechar. Por isso, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) lançou campanha pública em prol da recuperação daquele nosocômio mais do que centenário.
A crise econômico-financeira do País atingiu a população, e, via de consequência, muitos compromissos da classe média estão sendo postergados ou, o pior, encerrados, quando possível. A prova é que milhares de associados saíram dos, hoje, populares planos de saúde por não terem mais condições de bancar os valores. Enquanto isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) está assoberbado.
No caso gaúcho, isso também acontece, mas o governo do Estado, sempre que as finanças permitem, destina milhões de reais para os nosocômios filantrópicos e conveniados, minorando a dificuldade, mas sem uma solução definitiva, por enquanto.
Por isso, a assistência médica pública no Brasil tem mau diagnóstico. E, de novo, com a grita quase desesperada dos prefeitos por recursos para Santas Casas, hospitais filantrópicos e hospitais conveniados.
Pois, não há muitos anos, a mais do que bicentenária Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre também passou por graves problemas financeiros. Parecia não haver solução e que o destino do então grande complexo assistencial seria mesmo a falência, tal e qual está acontecendo, décadas depois, com o Hospital Beneficência Portuguesa.
No entanto, uma feliz combinação de pessoa do mais alto conceito junto à população gaúcha e a ação do então governador Jair Soares fez com que Dom Vicente Scherer assumisse o comando da Santa Casa. Com ele, foram designados economistas e técnicos fazendários estaduais a fim de gerir as contas e reequilibrar receitas com despesas. Com o arcebispo da Capital Vicente Scherer à frente dos pedidos de doação, dezenas de empresários se engajaram no trabalho de soerguimento da Santa Casa.
Passado algum tempo, graças às doações e à ajuda de contabilidade perfeita, o complexo Santa Casa foi recuperado e voltou aos seus melhores momentos na prestação de serviços de saúde, destacando-se o atendimento pelo SUS.
No Beneficência Portuguesa, que já foi referência na saúde em Porto Alegre, trabalharam, dando consultas especializadas e fazendo cirurgias, grandes nomes da medicina. Por isso, todo esse histórico não pode ser perdido, e há um movimento comunitário para que o "milagre" do soerguimento da Santa Casa volte a se repetir, para gáudio de todos os que necessitam de um atendimento qualificado.
Há conta no Banrisul para que doações sejam feitas, em qualquer valor. E que, mesmo em meio às dificuldades econômico-financeiras pelas quais estão passando as administrações do Estado e da prefeitura de Porto Alegre, um esforço pode, precisa e deve ser feito para que o Beneficência Portuguesa fique aberto.
Quanto às histórias da Santa Casa, Dom Vicente contava que, mesmo após o equilíbrio financeiro e a Santa Casa novamente atuando a pleno, quando ele, aqui e acolá, visitava ou conversava com um empresário, ele geralmente ia logo tirando o talão de cheques para repassar uma quantia. "Não, agora não é mais necessário", relatava aos jornalistas de então um alegre arcebispo, feliz por ver que todo um trabalho comunitário tinha dado resultado.
E é esta mesma vitória que todos desejam ver repetida com o Beneficência Portuguesa, com a liderança do Simers, secundado pelo Piratini, pelo Paço dos Açorianos, universidade e outras entidades.
 
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