Esta negociação foi inteiramente realizada durante a administração do prefeito José Fortunati. Agora, segundo a matéria, vai haver o rebaixamento da nota índice de Porto Alegre de B para C, inviabilizando o financiamento.
Mas o que foi feito durante todo o ano de 2017? Pela Lei da Transparência, é possível acessar o Processo nº 17944.001020/2015-35, no qual fica evidente a falta de prioridade do financiamento para a atual gestão. O não atendimento dos prazos exigidos demonstram esta lamentável falta de interesse. O desinteresse ou a falta de atitude não ficaram restritos à área da educação. Outro projeto, o BID/Pisa, também não foi prorrogado, acarretando perda de US$ 20 milhões destinados à construção de moradias populares.
Esta falta de determinação também transparece na condução do financiamento de R$ 120 milhões para conclusão das obras de mobilidade. O projeto de lei foi encaminhado à Câmara de Vereadores em maio de 2017, aprovado em agosto e só remetido à STN em dezembro. Culpar fatores externos e anteriores à atual gestão para pregar a "situação falimentar" sem corrigir a inoperância interna não é correto. É verdade que todos os municípios estão passando dificuldades pela situação financeira nacional, mas também é preciso primeiro "fazer o tema de casa".
Não se administra uma cidade do tamanho de Porto Alegre olhando para trás. É preciso olhar para frente.
Ex-secretário de Gestão de Porto Alegre