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Internacional

- Publicada em 03 de Janeiro de 2018 às 12:52

Israel aprova lei que dificulta divisão de Jerusalém

Manifestantes palestinos entram em confronto com a segurança de Israel

Manifestantes palestinos entram em confronto com a segurança de Israel


ABBAS MOMANI/AFP/JC
A tensão sobre o futuro de Jerusalém aumentou nestes primeiros três dias de 2018. Nesta quarta-feira (3), foi registrada a 14ª morte de um palestino em confrontos com soldados de Israel em menos de um mês. Os confrontos têm se intensificados após a série de ações de Israel e EUA em relação a Jerusalém e ao Estado da Palestina. Os atos mais representativos partiram de Israel, cujo parlamento aprovou neste ano projeto de lei que fortalece a posição do país de não dividir a soberania sobre Jerusalém com os palestinos.
A tensão sobre o futuro de Jerusalém aumentou nestes primeiros três dias de 2018. Nesta quarta-feira (3), foi registrada a 14ª morte de um palestino em confrontos com soldados de Israel em menos de um mês. Os confrontos têm se intensificados após a série de ações de Israel e EUA em relação a Jerusalém e ao Estado da Palestina. Os atos mais representativos partiram de Israel, cujo parlamento aprovou neste ano projeto de lei que fortalece a posição do país de não dividir a soberania sobre Jerusalém com os palestinos.
De acordo com o projeto, aprovado por 64 votos contra 52, qualquer cessão de uma parte de Jerusalém aos palestinos agora precisa ser aprovada por dois terços do parlamento israelense. Assim, elevou de 61 para 80 o número de votos necessários para que a câmara de 120 membros aprove qualquer proposta para entregar uma área da cidade para "uma parte estrangeira". 
O projeto foi apresentado por um deputado do Partido Nacionalista Lar Judeu. A decisão gerou críticas dentro do próprio parlamento, já que opositores acreditam que o ato prejudica as conversas para a paz na região. "Essa lei deveria se chamar a lei para impedir a paz", afirmou o deputado Dov Khenin. Para ele, a decisão pode provocar "um banho de sangue".
A decisão de Israel foi tomada menos de um mês após o presidente dos EUA, Donald Trump, declarar que reconhecia Jerusalém como capital de Israel. Israel ocupa a parte oriental de Jerusalém e a Cisjordânia desde a guerra de 1967. Em 30 de julho de 1980, o parlamento de Israel aprovou a anexação de Jerusalém, em decisão condenada pelo Conselho de Segurança da ONU em 20 de agosto do mesmo ano.
Israel considera que sua capital "eterna e indivisível" é a totalidade de Jerusalém, enquanto os palestinos almejam que a parte oriental de Jerusalém seja a capital do Estado palestino.
"Garantimos a unidade de Jerusalém", declarou no Twitter o ministro da Educação, Naftali Bennett, líder do Lar Judeu. "O Monte das Oliveiras, a Cidade Velha e a Cidade de David continuarão sendo nossos para sempre", acrescentou, referindo-se a lugares situados na parte palestina de Jerusalém. Os palestinos reagiram.
Para o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat, os israelenses só tomam essas posições porque têm o apoio dos EUA. "A administração americana adota a posição da ocupação",afirmou a uma rádio local. Ele disse ainda que os palestinos "lutarão contra as tentativas americana e israelense de impor suas soluções".

Estopim da crise foi atitude de Trump

Donald Trump, ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel, em 6 de dezembro de 2017, rompeu com décadas de diplomacia americana e internacional. E desencadeou uma série de protestos de palestinos, que desde então resultaram em 14 mortes. A última foi a de Mussab Firas Tamimi, 17 anos, morto nesta quarta-feira (3) por tiros de soldados israelenses durante confronto perto de Ramallah, na Cisjordânia.
Em 21 de dezembro, a Assembleia Geral da ONU aprovou por ampla maioria (128 votos a favor, 9 contra e 35 abstenções) uma resolução de condenação à fala de Trump, o que irritou a Casa Branca -na ocasião, Trump alertou que seu governo anotaria cada voto para analisar a ajuda que destinaria aos respectivos países.
Segundo o presidente da Palestina, Mahmud Abbas, os EUA "não podem ter qualquer papel histórico como mediador de paz". No primeiro dia de 2018, ele lamentou que a Casa Branca "se negue a condenar as implantações de colônias, os ataques sistemáticos e os crimes da ocupação israelenses contra o povo da Palestina".
A tensão cresceu após Trump ameaçar cortar a ajuda financeira de Us$ 300 milhões aos territórios palestinos devido à estagnação nas conversas de paz com Israel. "Pagamos aos palestinos centenas de milhões de dólares todo ano e não recebemos qualquer reconhecimento ou respeito", tuitou Trump. "Mas, como os palestinos já não estão dispostos a negociações de paz, por que devemos fazer esses enormes pagamentos?", questionou.
Ministros israelenses festejaram as declarações de Trump. "Estamos lidando com um presidente que diz o que pensa de forma clara", disse Miri Regev, ministro da Cultura e Esportes. Já os palestinos subiram o tom. "Jerusalém é capital eterna do Estado da Palestina e não está à venda em troca de ouro ou de milhões", afirmou Nabil Abu Rudeina, porta-voz da presidência palestina.
"Não iremos ceder à chantagem", afirmou Hanan Ashrawi, autoridade da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Já o Hamas, no poder na Faixa de Gaza, considerou o ato de Trump "uma chantagem política vergonhosa que reflete a conduta bárbara e imoral americana".
Folhapress
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