Treze pessoas morreram durante protestos no Irã entre sábado e ontem. É a maior onda de manifestações no país desde 2009, quando milhões foram às ruas contra a reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Dez pessoas morreram no domingo, em várias cidades iranianas. Na noite de sábado, duas pessoas haviam sido mortas a tiros em Dorud, quando os manifestantes atacaram bancos e edifícios do governo e queimaram uma moto da polícia. Ontem, um agente policial foi morto a tiros, no primeiro óbito registrado entre as forças de segurança desde o início das manifestações. Outros três policiais ficaram feridos.
No domingo, o governo bloqueou o acesso ao Instagram e ao popular aplicativo de mensagens Telegram, usado pelos ativistas para se organizarem. As autoridades iranianas acusam grupos "contrarrevolucionários" estabelecidos fora do país de recorrer às redes sociais, especialmente ao Telegram, para convocar a população a ir às ruas e a usar coquetéis molotov e armas de fogo durante os atos.
A onda de protestos foi iniciada na quarta-feira passada em Mashhad, a segunda cidade mais populosa do país, e se espalhou por todo o Irã rapidamente. Desde então, mais de 200 pessoas já foram detidas.
O presidente Hasan Rowhani, reeleito em maio do ano passado, minimizou os protestos em discurso ao Parlamento. "Nossa grande nação já testemunhou incidentes similares no passado e lidou confortavelmente com eles. Isso não é nada", argumentou.