A Associação dos Bombeiros do Rio Grande do Sul (Abergs) é contra a
venda de ginásio da Brigada Militar e terreno onde ficam, hoje, a escola e o comando do Corpo de Bombeiros, em áreas nobres de Porto Alegre. O governo do Estado anunciou, no início do mês, o leilão dos imóveis, avaliados em R$ 119 milhões.
Segundo a Abergs, o montante adquirido com a venda do terreno, que fica na esquina das avenidas Silva Só com Ipiranga, não será integralmente revertido em benfeitorias para a corporação - apenas R$ 35 milhões seriam investidos no Corpo de Bombeiros e na Brigada Militar, sendo o restante usado em construção de presídios.
A associação salienta, ainda, que a escola foi totalmente reformada em 2013, tendo a obra um custo de R$ 2 milhões. Também aponta que o Corpo de Bombeiros foi, recentemente, emancipado da Brigada Militar. "Lutamos pela nossa independência ao longo de décadas, para agora, que temos autonomia gerencial, vender nosso principal patrimônio", critica a entidade, em nota.
Com a perspectiva de transferir a Associação dos Bombeiros Militares para o Centro Estadual de Treinamentos Esportivos (Cete), a corporação alerta para o fato de que, se a transferência ocorrer, a área se tornará militar, sendo seu acesso restrito, "somado à poluição sonora e ambiental causada pelas viaturas e queima de material combustível, e deslocamentos de tropas". Conforme a entidade, o governo do Estado não está informando a população desse fato. Além disso, o Corpo de Bombeiros considera que o ginásio da Brigada Militar tem um "potencial imensurável" de atender aos gaúchos através de projetos sociais e inclusão pelo esporte.
Como o prédio está parcialmente destelhado desde outubro por causa de uma forte ventania, surgiram especulações de que o processo de demolição já teria começado. O desmanche do ginásio ainda não teve início, mas, de acordo com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, deve ocorrer nos próximos dias.