Os direitos humanos foram desrespeitados em 205 redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O tema foi alvo de polêmica no ano passado. Na véspera da aplicação da prova, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, determinou que redações que tivessem trechos de desrespeito a direitos humanos não poderiam ser zeradas, permitindo apenas o desconto de pontos.
Enquanto o número de provas com pontuação máxima na redação caiu de 77 para 53 entre 2016 e 2017, a quantidade de notas zero subiu de 291.806 para 309.157. Em termos percentuais, os exames zerados passaram de 4,84% para 6,54%. O principal fator que motivou nota zero nas redações foi fuga ao tema, equivalente a 5,01% do total, enquanto esse percentual foi de 0,78% em 2016. Por outro lado, a média dos participantes aumentou entre as edições de 2016 e 2017, passando de 541,9 para 558,0 - a pontuação máxima é de 1.000.
A proficiência média dos estudantes de Ciências Humanas passou de 533,5, em 2016, para 519,3 no ano passado. No caso da Matemática, houve um aumento de 489,5 para 518,5, e a nota média da prova de Ciências da Natureza cresceu de 477,1 para 510,6.
Aproveitando a divulgação das notas, o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou que a abertura das inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foi antecipada para 23 de janeiro. Estudantes que fizeram o Enem e queiram tentar uma vaga em instituições públicas de Ensino Superior têm até 26 de janeiro para se inscrever. O cronograma do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Programa de Financiamento Estudantil (Fies) permanece inalterado.