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Saúde

- Publicada em 17 de Janeiro de 2018 às 23:43

Clima propicia proliferação de escorpiões amarelos

Inseticidas domésticos não são eficientes no combate ao Tityus serrulatus

Inseticidas domésticos não são eficientes no combate ao Tityus serrulatus


/CRISTINE ROCHOL/PMPA/JC
Desde o ano passado, um escorpião mortal tem sido visto com alguma frequência em Porto Alegre - o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), cujo veneno pode causar a morte. Preocupada com as condições climáticas favoráveis à proliferação do aracnídeo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem orientado a população sobre como proceder para prevenir e remediar a sua picada.
Desde o ano passado, um escorpião mortal tem sido visto com alguma frequência em Porto Alegre - o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), cujo veneno pode causar a morte. Preocupada com as condições climáticas favoráveis à proliferação do aracnídeo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem orientado a população sobre como proceder para prevenir e remediar a sua picada.
Caso perceba a presença de um escorpião amarelo em sua residência, o indivíduo deve matar o animal com cuidado e ligar para o telefone 156 ou se afastar, ligar para o mesmo número e aguardar a chegada de uma equipe de Vigilância em Saúde. No entanto, se já for tarde demais e alguém tiver sido picado, a orientação é ir para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) o quanto antes.
O veneno do escorpião amarelo é neurotóxico e extremamente agressivo. Segundo a bióloga Fabiana Ninov, da SMS, o líquido expelido na picada se distribui rapidamente pelo organismo, causando uma destruição neurológica muito grande no sistema nervoso central. Pode matar por parada cardíaca ou edema pulmonar. Quando a vítima é criança, o veneno se espalha e mata mais rápido. Pessoas idosas ou com alguma enfermidade, como problemas cardíacos ou diabetes, são mais suscetíveis ao líquido tóxico. Se o indivíduo sentir a picada, que causa uma dor extremamente forte, mesmo que não veja o animal por perto, deve ir imediatamente ao HPS.
Fabiana revela que, apesar de haver relatos de escorpiões amarelos na Capital desde 2001, o número de notificações de aparições do animal vem aumentando e tende a subir ainda mais. "Isso é normal, porque agora ele faz parte da nossa fauna. Está aqui e aqui ficará. Por isso, estamos trabalhando na divulgação e na orientação das pessoas", explica.
A bióloga ressalta que inseticidas domésticos não funcionam com esse tipo de escorpião e que a única forma de combatê-lo é matá-lo o mais rápido possível, uma vez que cada fêmea pode ter 160 filhotes ao longo da vida, com, em média, duas gestações por ano, cada uma com, aproximadamente, 20 filhotes.
 

Umidade, calor e baratas atraem aracnídeo às residências

Para manter o escorpião amarelo afastado, é preciso conservar o quintal limpo, não acumular entulho ou restos de obra dentro de casa, evitar deixar sapatos embaixo de móveis, estar atento à parte interna das cortinas, fechar os ralos e eliminar as baratas, que servem de alimento para os escorpiões. "Ele entra na residência atrás das baratas. Se limparmos bem o ambiente onde moramos e trabalhamos, ele não aparecerá", alerta a bióloga Fabiana Ninov. Quem mora em apartamento não está fora de perigo, uma vez que o aracnídeo também sobe pelos encanamentos.
As condições climáticas estão propícias à proliferação dos escorpiões amarelos porque há muito calor e umidade na atmosfera - o melhor ambiente possível para sua proliferação. O animal se autorreproduz através de partenogênese, ou seja, o feto é desenvolvido a partir de um óvulo não fecundado. Logo, para que a reprodução ocorra, não é necessário haver dois escorpiões no ambiente, bastando apenas haver calor, alimento e umidade.
Em 2018, até o momento, apenas uma notificação foi registrada, na rua Senhor dos Passos, no Centro de Porto Alegre. Conforme Fabiana, o fato de o escorpião ter sido visto durante o dia pode indicar nível maior de infestação subterrânea. Em 2017, a bióloga estima que ocorreram cerca de 15 notificações.