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Economia

- Publicada em 30 de Janeiro de 2018 às 20:44

Brasil envelhece mais rápido que outros países

Daqui a 50 anos, proporção de idosos será comparável à do Japão

Daqui a 50 anos, proporção de idosos será comparável à do Japão


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
A preocupação de especialistas com a reforma da Previdência é baseada em uma realidade inevitável: o Brasil está envelhecendo. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 5,4% da população brasileira tinha mais de 65 anos no ano 2000. Em 2013, último dado disponível, esse percentual tinha saltado para 8,9%. Na avaliação de economistas, esse fenômeno deve ganhar mais fôlego nos próximos anos. O País, hoje o sétimo mais jovem de um grupo de nações acompanhadas pela OCDE, passará a figurar entre os que têm mais idosos.
A preocupação de especialistas com a reforma da Previdência é baseada em uma realidade inevitável: o Brasil está envelhecendo. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 5,4% da população brasileira tinha mais de 65 anos no ano 2000. Em 2013, último dado disponível, esse percentual tinha saltado para 8,9%. Na avaliação de economistas, esse fenômeno deve ganhar mais fôlego nos próximos anos. O País, hoje o sétimo mais jovem de um grupo de nações acompanhadas pela OCDE, passará a figurar entre os que têm mais idosos.
Na avaliação do economista José Márcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos e professor da PUC-Rio, essa tendência não só reforça a necessidade da reforma hoje em discussão como é sinal de que outra rodada de mudanças das regras de aposentadoria será necessária daqui a alguns anos.
"É muito provável que teremos que fazer uma nova reforma daqui a cinco, sete anos. O Brasil hoje é o sétimo País mais jovem da OCDE. Daqui a 50 anos, seremos o 7º mais velho da OCDE. É muito pouco tempo. Daqui a 50 anos, nossa proporção de idosos na sociedade será comparável com a do Japão, que tem 30% de idosos. O Brasil tem 11%. O Brasil gasta hoje 14% do PIB com previdência e assistência social. O Japão gasta os mesmos 14%. É inacreditável", destacou o economista, durante o debate "E Agora, Brasil?".
Outros dados reforçam essa transformação demográfica. Um levantamento divulgado ano passado pelo demógrafo José Eustáquio Alves, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence/IBGE) mostrou que o Brasil envelhece mais rapidamente que seus pares. O País deve demorar 50 anos para quadruplicar, de 7% para 28% da população, seu contingente de pessoas com mais de 65 anos. Na França, essa transformação demorará 204 anos.
Estudo divulgado em 2016 pela pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Ana Amélia Camarano reforça essa tendência. Segundo as projeções da especialista, o número de pessoas com mais de 60 anos quase triplicará, de 12% para 33% da população, entre 2015 e 2050. Enquanto isso, o percentual de adultos considerados em idade ativa, de 15 a 59 anos, diminuirá de 66% para 58%.
Nas contas de Camargo, da PUC, o Brasil tinha, em 1980, 13 adultos para cada idoso com mais de 65 anos. Hoje, essa proporção é de nove para um. A expectativa é que essa taxa caia para apenas 2,3 em 2060. Ou seja: o número de trabalhadores na ativa que sustenta o sistema previdenciário tende a diminuir.
"Nossa mudança demográfica é a mais rápida de todos os países comparáveis ao Brasil. O processo de envelhecimento dos países centrais demorou séculos. O nosso vai acontecer em poucas décadas", pontua o economista.
O freio no ritmo de concessão de benefícios é visto como saída em um país onde quem está na ativa já paga caro para financiar o sistema previdenciário. Segundo estudo do economista Pedro Nery, assessor técnico do Senado, o Brasil tem a segunda Previdência mais cara do mundo, considerando as alíquotas cobradas de empregadores e empregados. Só perde para a Itália, onde a soma das duas contribuições chega a 33%. No sistema brasileiro, a mordida é de até 31%. No Chile, a contribuição é de, no máximo, 16%, mas a maior parte (até 13%) é bancada pelo empregado.
 
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