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Crédito

- Publicada em 29 de Janeiro de 2018 às 18:36

Juros de cartão e cheque especial se mantêm acima de 300%

Índice cobrado no parcelamento da dívida do cartão, solução imposta ao cliente, subiu e chegou a 169,2% ao ano

Índice cobrado no parcelamento da dívida do cartão, solução imposta ao cliente, subiu e chegou a 169,2% ao ano


/VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO/JC
A taxa média do cartão de crédito encerrou 2017 a 334,6% ao ano - queda de 163,1 pontos percentuais (p.p.) em relação ao registrado em 2016. No primeiro trimestre do ano passado, entraram em vigor as novas regras para essa modalidade - a mais cara para os consumidores, que limitaram o uso prolongado do crédito rotativo e forçaram uma queda nos juros.
A taxa média do cartão de crédito encerrou 2017 a 334,6% ao ano - queda de 163,1 pontos percentuais (p.p.) em relação ao registrado em 2016. No primeiro trimestre do ano passado, entraram em vigor as novas regras para essa modalidade - a mais cara para os consumidores, que limitaram o uso prolongado do crédito rotativo e forçaram uma queda nos juros.
Isso aconteceu tanto no uso regular do cartão (quando o cliente paga só 15% da fatura) quanto no uso não regular (não quita nem esse percentual). Por outro lado, na taxa cobrada no parcelamento na dívida do cartão - alternativa oferecida pelo setor para regularizar a situação do cliente -, os juros subiram 15,4 p.p., para 169,2% ao ano, permanecendo ainda em patamar elevado.
No caso do cheque especial, os juros médios encerram 2017 em 323% ao ano - com redução de 5,6 p.p. na comparação com o custo registrado em 2016, segundo relatório divulgado pelo Banco Central (BC) ontem, no último trimestre do ano, a taxa subiu 1,7 p.p. Ao divulgar os dados, o chefe do Departamento Estatístico do BC, Fernando Rocha, disse que, apesar da redução nos juros, o consumidor deve evitar o uso frequente das duas modalidades de crédito. "As taxas são bastante elevadas nessas modalidades. As pessoas devem planejar seus orçamentos e gastos a fim de que permaneçam no cheque especial e no cartão o menor tempo possível", disse Rocha, acrescentando que, em dezembro, os consumidores usaram o 13º salário para sair do cheque especial e fazer compras à vista no cartão de crédito.
De acordo com o BC, os juros médios nas operações de crédito com recursos livres (podem ser emprestados livremente pelos bancos) alcançaram 40,3% em 2017. No caso das pessoas físicas, houve queda de 17,3 p.p. na comparação com a taxa cobrada no ano anterior. Para as empresas, o custo ficou 21,5% ao ano, com queda de 6,6 p.p. no período.
Como os juros médios caíram também em função da trajetória de queda na Selic (taxa básica), o spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e o valor cobrado do consumidor) também caiu 8,5 p.p., fechando 2017 a 31,8% ao ano - acompanhado de redução na inadimplência. Com recursos livres para pessoas físicas, a taxa ficou 5,2% no ano passado, e, para as empresas, 4,5% - queda de 0,8 p.p. no ano.
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro alcançou R$ 3,086 trilhões em dezembro - alta de 0,7% em relação ao mês anterior e redução de 0,6% em 12 meses. É o segundo resultado anual seguido no vermelho e influenciado, sobretudo, pela queda nos financiamentos voltados às empresas, em meio à lenta recuperação da atividade econômica após a recessão. Em dezembro, apresentaram expansão as concessões para pessoas físicas e jurídicas, na comparação com os dados registrados ao final de 2016.
Na avaliação do BC, o ritmo do crédito está em linha com a recuperação da atividade econômica. Ele lembrou que as concessões se recuperam ao longo do ano, sobretudo para pessoas físicas. "O crédito iniciou processo de recuperação, que é gradual. Algumas modalidades saíram na frente, e outras, não. Ele parece alinhado com recuperação da atividade que a gente viu ao longo de 2017", afirmou Rocha. O volume total de crédito na economia atingiu 47,1% do Produto Interno Bruto (PIB), alta de 0,2 p.p. em relação a 2016.

Volume de cheque devolvido cai ao menor nível desde 2013

Região Nordeste foi a que mais emitiu documentos sem saldo

Região Nordeste foi a que mais emitiu documentos sem saldo


/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
O volume de cheques devolvidos pela segunda vez por falta de fundo atingiu 2% no total compensado no País em 2017, de acordo com a Serasa Experian. O resultado é o mais baixo dos últimos quatro anos, retornando ao nível de 2013, segundo a entidade.
Em dezembro, o percentual de devoluções foi de 1,96% na comparação com 1,93% em novembro do total de cheques movimentados. Em relação a dezembro de 2016, quando foi de 2,25%, houve queda.
Segundo os economistas da Serasa, a retomada do crescimento econômico, o alívio na inflação e a queda na taxa básica de juros, além do recuo gradual do nível de desemprego, ajudaram a reduzir a inadimplência com cheques em 2017.
A Região Nordeste liderou o ranking de devoluções de documentos pela segunda vez por falta de fundo, com 3,92%, enquanto o Sul do País apresentou o menor percentual, com 1,65%, de janeiro a dezembro do ano passado. Entre os estados, o Amapá ficou em primeiro lugar, com 15,42% de cheques devolvidos em 2017. Já São Paulo registrou o menor percentual, de 1,59%.

Banco Central passa a divulgar séries de inadimplência no crédito

O Banco Central informou, por meio de nota, que ampliou e aperfeiçoou a divulgação das estatísticas de crédito. Desde ontem, a instituição passou a divulgar séries de inadimplência medidas por "coortes de contratação". "A publicação dos dados tem como objetivo permitir a avaliação de uma coorte específica de contratação, ou seja, o conjunto de operações contratadas em um determinado mês", explicou o BC, em nota, ao se referir ao conceito de coorte.
"Esses dados também permitem entender o comportamento de cada coorte de contratação ao longo do tempo, melhorando a correlação com variáveis macroeconômicas e políticas específicas de concessão de crédito." De acordo com o BC, serão disponibilizados, inicialmente, séries estatísticas para as seguintes modalidades de crédito: financiamento de veículos, crédito consignado, crédito pessoal sem consignação e financiamento habitacional. "A melhoria das estatísticas e sua divulgação permitirá que se avalie melhor os impactos de suas políticas de concessão.
A publicação dos dados será trimestral", acrescentou o BC.

Indicador de Custo de Crédito reduz, em dezembro, para 21,4% ao ano

O Indicador de Custo do Crédito (ICC) caiu 0,5 ponto percentual em dezembro ante novembro, para 21,4% ao ano, informou o Banco Central. Houve baixa de 0,8 ponto percentual no caso de pessoas físicas, para 26,6% ao ano, e recuo de 0,1 ponto percentual no caso de empresas, para 15,6% ao ano.
O ICC é o mais recente indicador de crédito do Banco Central. O percentual do indicador reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, é um indicador que reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento. Considerando apenas o crédito com recursos livres, o ICC caiu 1,4 ponto percentual, para 34,4% ao ano de novembro para dezembro. No caso do crédito com recursos direcionados, o indicador ficou estável, em 8,9% ao ano.