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Economia

- Publicada em 26 de Janeiro de 2018 às 07:36

Incerteza eleitoral deverá afetar crescimento do Brasil, diz FMI

Investimentos podem ser postergados, declarou Alejandro Werner

Investimentos podem ser postergados, declarou Alejandro Werner


/FMI/DIVULGAÇÃO/JC
Em novo relatório sobre a expectativa de crescimento do Brasil divulgado nesta quinta-feira, o FMI (Fundo Monetário Internacional) considera que o processo eleitoral do País deve pesar no desempenho da economia em 2018. A incerteza sobre a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após sua condenação em segunda instância nesta quarta-feira, não chegou a ser levada em conta na análise - mas é "um fator adicional". "Um processo eleitoral com maior nível de conflito gera mais incerteza, obviamente", afirmou a jornalistas o diretor do FMI Alejandro Werner, que comanda as análises para a América Latina.
Em novo relatório sobre a expectativa de crescimento do Brasil divulgado nesta quinta-feira, o FMI (Fundo Monetário Internacional) considera que o processo eleitoral do País deve pesar no desempenho da economia em 2018. A incerteza sobre a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após sua condenação em segunda instância nesta quarta-feira, não chegou a ser levada em conta na análise - mas é "um fator adicional". "Um processo eleitoral com maior nível de conflito gera mais incerteza, obviamente", afirmou a jornalistas o diretor do FMI Alejandro Werner, que comanda as análises para a América Latina.
Recentemente, o órgão elevou a expectativa de crescimento do Brasil de 1,5% para 1,9% em 2018. Werner afirma que a retomada de investimentos no País, somada à queda da inflação e dos juros, "surpreendeu" a equipe do FMI, e ajudou a melhorar a previsão de crescimento. Ela é, porém, menos otimista que a de outros analistas, que preveem uma taxa de quase 3% - o que se dá exatamente pela incerteza do processo eleitoral.
No entanto Werner afirmou que o fundo se surpreendeu e revisou para cima a expectativa do crescimento em 2017, por causa de uma retomada maior que a imaginada no investimento e pelo crescimento do consumo causado pela queda da inflação, que permitiu uma redução mais efetiva de juros por parte do Banco Central. O FMI estimou que o País cresceu 1,1% em 2017. O fundo acredita que a economia brasileira vá avançar 1,9% neste ano e 2,1% em 2019. Os resultados esperados são 0,4 ponto percentual e 0,1 ponto percentual maiores que as estimativas divulgadas em outubro.
Para o diretor do FMI, os investimentos no Brasil devem ser postergados ou reduzidos na expectativa do resultado das eleições, no final do ano - em especial, se os candidatos que liderarem as pesquisas não se comprometerem com agendas de ajuste fiscal e reformas como a previdenciária e a tributária. O diretor não chegou a mencionar especificamente o ex-presidente Lula, que atualmente se opõe à proposta da reforma da Previdência encampada pelo governo de Michel Temer (PMDB).
Para o FMI, ajustes como a reforma previdenciária podem assegurar o crescimento da economia brasileira a taxas sustentáveis, especialmente se conseguirem controlar a dívida pública. "Essa é uma agenda pendente muito, muito importante", afirmou Werner.
Sob forte oposição de setores da sociedade, a reforma da Previdência está sob impasse no Congresso. O governo Temer não tem os votos suficientes para aprová-la, e negocia com os partidos. A expectativa do governo era aprová-la até fevereiro, o que atualmente é considerado difícil.
Para Werner, mais importante do que a rapidez da reforma é a sua qualidade. "É mais importante que se faça bem do que se faça rápido", afirmou o diretor do FMI.
Segundo ele, o ajuste ajuda a sanear as finanças públicas do Brasil no médio prazo. Um atraso de quatro ou cinco meses em sua aprovação, portanto, não seria tão relevante caso ela seja bem-feita e consiga controlar o déficit previdenciário. No ano passado, o déficit da Previdência Social chegou ao recorde de R$ 268 bilhões, segundo o governo. 
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