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Economia

- Publicada em 25 de Janeiro de 2018 às 23:37

Receita do produtor caiu 11,54% em 2017

Rentabilidade das atividades do campo no ano passado foi a pior desde 2010

Rentabilidade das atividades do campo no ano passado foi a pior desde 2010


/PEDRO REVILLION/PALÁCIO PIRATINI/JC
O excelente resultado da safra passada não refletiu no bolso do produtor rural. No final do ano de 2017, os preços pagos ao produtor foram 11,54% menores na comparação com 2016, conforme o Índice de Inflação de Preços Recebidos (IIPR), divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul. O resultado é o pior da série histórica, que teve início em 2010. Apesar de ter colhido mais, a receita no campo registrou um impacto real de -7%.
O excelente resultado da safra passada não refletiu no bolso do produtor rural. No final do ano de 2017, os preços pagos ao produtor foram 11,54% menores na comparação com 2016, conforme o Índice de Inflação de Preços Recebidos (IIPR), divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul. O resultado é o pior da série histórica, que teve início em 2010. Apesar de ter colhido mais, a receita no campo registrou um impacto real de -7%.
A pequena elevação de dezembro na relação com novembro de 2017 não foi o suficiente para amenizar o resultado. O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, explica que o ano teve dois períodos distintos. "Tivemos um primeiro momento que se iniciou no ano anterior. Entre julho de 2016 até abril de 2017, os preços engataram 10 meses consecutivos de queda e chegaram a acumular -18%. Justamente quando entrava a safra e a maior parte é comercializada. Isso significa que grande parte da produção de 2017 foi vendida por preços bem menores que em 2016", compara.
Entre os piores resultados estão os preços de milho (-22%), leite (-17%), soja (-7%) e boi gordo (-4%). Luz ressalta a situação de uma cultura em especial. "O arroz é o destaque mais negativo de todos. Ele já vive uma crise muito importante, e não é por acaso, na comparação entre dezembro de 2016 e 2017, a diferença é de -24%. Isso comprova aquela máxima que repetimos ao longo de 2017: foi um ano de safra cheia, mas de bolso vazio", comenta.
Mesmo com resultado negativo, o acumulado do IPCA Alimentos (-1,87%) ficou bem distante do IIPR. "Não existe uma correlação direta entre o preço recebido pelo produtor e aquele pago pelo consumidor", afirma Luz. Ele destaca que outros fatores compõem o preço final nas prateleiras. "Quando tínhamos um leiteiro que tirava o leite da vaca e colocava na porta do consumidor final, evidentemente que o preço pago pelo consumidor era o mesmo recebido pelo produtor. Mas agora, não, hoje o produtor vende o leite para uma indústria, que vai elaborar esse leite e revender para o varejo, até chegar ao consumidor", explica. O economista lembra que, nesse processo, outros elementos acabam por ter forte impacto na composição dos preços, inclusive combustíveis e energia elétrica, que registram altos reajustes no ano passado.
O relatório também apresenta queda em 2017 no Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP). A marca de -3,90% foi a primeira negativa desde 2010. A principal razão para o resultado foi a taxa de câmbio de -8%. Os produtos de maiores retrações foram fertilizantes e agroquímicos, que são, em sua maioria, importados. "As empresas também sentiram a dificuldade de vender aos produtores, porque eles estavam realmente muito descapitalizados. Esse binômio de taxa de câmbio menor e um produtor com pouco recurso forçou o custo para baixo. Entretanto a queda no IICP foi menor do que no IIPR, ou seja, a queda dos custos é bem abaixo do que a dos preços", ressalta Luz. Entre as lavouras analisadas, a maior queda de custo foi no trigo (-5%), seguido por soja (-3%), arroz (-1%) e milho (-0,5%).
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