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Sistema Financeiro

- Publicada em 23 de Janeiro de 2018 às 20:52

Caixa descarta recursos do FGTS e apresenta plano para capitalização

Contingência permitirá à instituição seguir as regras de Basileia 3

Contingência permitirá à instituição seguir as regras de Basileia 3


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
O Conselho de Administração da Caixa descartou uma eventual capitalização do banco com recursos do FGTS. No início do mês, o presidente Michel Temer sancionou uma lei que possibilita a injeção de até R$ 15 bilhões no banco, o que, na avaliação de analistas, teria como objetivo apenas elevar o crédito em ano eleitoral.
O Conselho de Administração da Caixa descartou uma eventual capitalização do banco com recursos do FGTS. No início do mês, o presidente Michel Temer sancionou uma lei que possibilita a injeção de até R$ 15 bilhões no banco, o que, na avaliação de analistas, teria como objetivo apenas elevar o crédito em ano eleitoral.
O banco informou ontem que o conselho aprovou a atualização do plano de contingência do banco, o que permitirá que a instituição seja capitalizada para cumprir as regras regulatórias de Basileia 3 (acordo internacional que busca dar mais solidez ao sistema financeiro) em 2018 e 2019.
Isso ocorrerá, de acordo com a Caixa, através da recapitalização pelo Tesouro Nacional dos dividendos a serem pagos pelo banco, da emissão de dívida no mercado internacional e de venda de carteiras de crédito.
"Com a atualização do plano, a Caixa assegura o cumprimento do seu planejamento para 2018, incluindo o orçamento previsto para habitação popular, sem a necessidade da emissão de instrumento de dívida junto ao FGTS", afirmou o banco em nota.
Aliados do governo vinham pressionando pela liberação de recursos do fundo em ano de eleição, enquanto que membros da equipe econômica defendiam que esta não era necessária.

Banco destitui três dos quatro vice-presidentes afastados

A Caixa Econômica Federal decidiu ontem destituir definitivamente três dos quatro vice-presidentes afastados por Michel Temer na semana passada, por estarem sendo investigados por indícios de irregularidades. Um dos executivos, José Henrique Marques da Cruz, que alega ter sido confundido com outra pessoa nas investigações, foi reconduzido ao cargo.
Outra decisão tomada pela cúpula do banco foi a de iniciar o processo de substituição de todos os 12 vice-presidentes da Caixa. Foi autorizada a contratação de uma consultoria especializada (head hunter) para a seleção de novos executivos no mercado em um prazo de 12 meses.
Foram destituídos definitivamente os vice-presidentes Corporativo, Antônio Carlos Ferreira; de Governo, Roberto Derziê de Sant'Anna; e de Fundos de Governo e Loterias, Deusdina dos Reis Pereira. Esses serão os primeiros cargos a serem preenchidos pelos consultores.
Temer afastou os quatro diretores por pressão do Ministério Público e do Banco Central (BC). Depois disso, na última sexta-feira, foi aprovado o novo estatuto da Caixa.
Um dos principais pontos do documento diz que a escolha e a exoneração dos vice-presidentes da instituição devem ser feitas pelo Conselho de Administração, para depois ser submetida ao BC. Até então, a prerrogativa de indicar vice-presidentes da Caixa era do presidente da República. A medida causou irritação de políticos da base aliada do governo.