Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 12 de Janeiro de 2018 às 15:28

Diretora da S&P diz que rebaixamento do Brasil reflete avaliação institucional do País

Lisa Schineller criticou 'progresso lento' do governo em adotar medidas estruturais na área fiscal

Lisa Schineller criticou 'progresso lento' do governo em adotar medidas estruturais na área fiscal


SÉRGIO LIMA/AFP/ARQUIVO/JC
Agência Estado
A diretora-executiva de ratings soberanos da S&P Global Ratings, Lisa Schineller, explicou nesta sexta-feira (12) que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil é reflexo da avaliação institucional que a agência de classificação de risco faz do País atualmente.
A diretora-executiva de ratings soberanos da S&P Global Ratings, Lisa Schineller, explicou nesta sexta-feira (12) que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil é reflexo da avaliação institucional que a agência de classificação de risco faz do País atualmente.
Embora tenha reconhecido que a gestão do presidente Michel Temer apresentou alguns avanços, como a reforma trabalhista e as mudanças no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), o governo fez "progresso lento" para adotar medidas estruturais na área fiscal. "Ocorreram constantes atrasos para a reforma da Previdência", lembrou a diretora da S&P.
Lisa também mencionou que a questão da regra de ouro foi tema de pressão em debates no campo fiscal e avaliou que existe uma incapacidade de atacar restrições no Orçamento da União. Como aspecto positivo, a diretora da agência citou o combate à corrupção no Brasil, o ganho de credibilidade do Banco Central (BC) com o mercado financeiro e os avanços no setor externo.
Ela lembrou ainda que a economia brasileira tem se estabilizado, mas que não espera uma recuperação em "V" nos próximos anos, ou seja, uma reação econômica tão rápida e intensa quanto foi a recessão nos últimos anos.
Lisa considerou que há um desafio sobre como os candidatos à presidência da República vão focalizar as reformas fiscais. "Há cenário de que pode haver pouca evolução de reformas fiscais após eleições", disse a diretora, em teleconferência com jornalistas. "Vamos ver ao longo do tempo se próximo governo avançará em reformas estruturais", acrescentou.
Para a diretora, o Brasil deve apresentar, nos próximos anos, média de crescimento econômico menor que a de seus pares. "Componentes fiscais do Brasil são extremamente fracos", pontuou. "Se houver melhora da área fiscal ao longo do tempo poderá se positivo para o Brasil", afirmou.
Uma eventual aprovação da reforma da Previdência Social no decorrer deste ano pelo Congresso não altera a expectativa da S&P Global Ratins para a evolução das condições fiscais do Brasil para este ano, comentou Lisa. "Persistentes atrasos da reforma mostram um padrão de progresso lento desta questão", disse.
Em sua avaliação, "é difícil a evolução do cenário de reformas no Congresso, mesmo com empenho do governo Temer". Ela também ressaltou que "será difícil" cumprir o teto de gastos pelo Poder Executivo nos próximos anos "sem mudanças estruturais fiscais", entre elas a reforma da Previdência.
Segundo Lisa, o Banco Central executa de forma sólida a política monetária e está sendo bem sucedido na ancoragem das expectativas de inflação, num contexto no qual o IPCA ficou abaixo da meta em 2017. "O Banco Central reconquistou credibilidade junto ao mercado. A gestão da política monetária é uma força comparativa do Brasil".
Lisa afirmou que "quando analisamos eleições, não observamos candidatos nem retórica de campanha". Ela não fez avaliações sobre eventuais efeitos para as contas públicas do País com a vitória de um candidato específico para o pleito presidencial deste ano.
"O ex-presidente Lula adotou políticas pragmáticas após as eleições de 2002", comentou, referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Avaliamos que alguns fatores, como o combate à corrupção no Brasil, deixaram a corrida presidencial mais aberta", disse. "O País tem história de forças políticas se organizarem no segundo turno da eleição."
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO