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Conjuntura

- Publicada em 10 de Janeiro de 2018 às 20:31

Inflação termina 2017 em 2,95%

A inflação encerrou o ano de 2017 em 2,95%, divulgou o IBGE ontem. O valor, que corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no ano, ficou abaixo do piso da meta do Banco Central, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A inflação encerrou o ano de 2017 em 2,95%, divulgou o IBGE ontem. O valor, que corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no ano, ficou abaixo do piso da meta do Banco Central, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
O resultado do ano foi o mais baixo desde 1998. Foi também a primeira vez, desde 1999, que a inflação ficou abaixo do piso inferior da meta do governo, de 3%. Entre os efeitos da inflação baixa estão maior poder de compra da população e possibilidade de redução da taxa de juros.
Segundo o IBGE, foi o setor de alimentos e bebidas, que compõe cerca de 25% das despesas das famílias, o que mais contribuiu para que o IPCA ficasse abaixo da meta. Os alimentos recuaram 4,85% em 2017, com destaque para as frutas (-16,52%), que tiveram o maior impacto negativo (-0,19 p.p.) no índice geral.
Segundo o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor, Fernando Gonçalves, a queda do preço dos alimentos foi consequência da produção agrícola, que teve uma safra cerca de 30% superior a 2016. "Essa situação levou o consumidor a pagar mais barato (-1,87%) do que no ano anterior. É a primeira vez que o grupo apresenta deflação desde a implementação do Plano Real", diz Gonçalves.
Ainda segundo o IBGE, a queda nos preços dos alimentos ocorreu principalmente por conta dos alimentos para consumo em casa. "Com 15,67% de peso (no índice), estes alimentos caíram 4,85%, enquanto a alimentação consumida fora de casa, que pesa 8,88%, subiu 3,83%", afirmou o órgão. Os alimentos ficaram mais baratos no ano em todas as regiões pesquisadas, variando de queda de 0,21% em Brasília a 4,28% em Belém.
A queda dos preços dos alimentos compensou as altas recentes dos chamados preços administrados, que são aqueles cujos reajustes são definidos por governos, como gasolina e energia elétrica. Segundo o IBGE, sete das 10 maiores altas do IPCA foram em produtos e serviços de preços administrados.
Segundo Gonçalves, há expectativa de que a safra deste ano seja um pouco menor do que a observada em 2017. "Os preços estão voltando a se realinhar, a economia está começando a voltar, assim como os empregos. Os indicadores estão voltando a patamares normais", disse Gonçalves. Para 2018, a expectativa de analistas é que a inflação continue sob controle.

Habitação, saúde e transportes sofreram altas mais fortes

Enquanto alimentos caíram, outros itens mostraram altas. Os que mais influenciaram o aumento da inflação foram habitação (6,26%), saúde e cuidados pessoais (6,52%) e transportes (4,10%). "Na habitação, as principais influências da alta vieram de produtos como o botijão de gás (16%), a taxa de água e esgoto (10,52%) e a energia elétrica (10,35%)", informou o IBGE, que atribui a situação, em parte, ao reajuste de 84,31% nas refinarias, que contribuiu para o aumento no preço do gás de cozinha vendido em botijões de 13 quilos.
O setor de saúde e cuidados pessoais foi influenciado pelos planos de saúde, que ficaram 13,53% mais caros, e dos remédios (4,44% de aumento). A gasolina subiu 10,32%, contribuindo para a inflação dos transportes. Em 2017, o combustível foi afetado pelo reajuste de PIS/Cofins, além de ter tido 115 reajustes nos preços nas refinarias, com aumento acumulado de 25,49% de 3 julho a 28 de dezembro de 2017 (final da coleta do IPCA de dezembro), dentro da nova política de preços da Petrobras.

Dezembro teve maior variação mensal

Em dezembro, o IPCA ficou em 0,44%, a maior variação mensal de 2017, principalmente por causa dos alimentos, que subiram 0,54% no período, e dos transportes, com alta de 1,23%. Com a alta de dezembro, os alimentos encerraram sete meses seguidos de queda. O IBGE atribui a variação à alimentação consumida em casa, com alta de 0,42%. "Apesar de alguns produtos terem caído de preços, como o feijão-carioca (-6,73%) e o leite longa vida (-1,43%), outros, também importantes na mesa dos brasileiros, exerceram pressão contrária, como as carnes (1,67%), as frutas (1,33%), o frango inteiro (2,04%) e o pão francês (0,67%)", afirmou o órgão.
Passagens aéreas também ficaram mais caras, com alta de 22,28%, e o litro da gasolina subiu 2,26%. "Juntos, com impacto de 0,18 p.p., esses dois itens representaram 41% do IPCA de dezembro", disse o IBGE.
O grupo habitação ficou 0,4% mais barato, com impacto para baixo por conta da redução de 3,09% na conta de luz. No mesmo grupo, porém, houve alta de 1,09% no botijão de gás.
Considerando as regiões, São Paulo foi onde houve a maior inflação em dezembro: 0,62%, contra queda de 0,18% em Belém.

Em Porto Alegre, elevação acumulada dos preços no ano passado foi de 2,27%

Em Porto Alegre, a inflação acumulada no ano passado foi de 2,27% segundo o IBGE. Em 2016, o índice havia ficado em 8,34%. Um dos itens que ajudou a retrair a inflação na capital gaúcha foram os alimentos, que tiveram queda de 1,46% no ano. Segundo o IBGE, a alimentação em casa, em Porto Alegre, teve deflação de 4,38% em 2017. Já as refeições fora do domicílio subiram 4,90% no mesmo período.
Em dezembro, o IPCA, na capital gaúcha, registrou alta de 0,28%, uma redução de 0,23 pontos percentuais sobre o resultado de novembro (0,55%). No mês passado, os itens que mais subiram foram transportes (1,49%) e vestuário (0,83%). Já as maiores quedas foram em artigos de residência (-0,59%) e habitação (-0,34%).

Michel Temer comemora resultado com equipe econômica

Temer disse que fato 'extraordinário' era fruto do trabalho do governo

Temer disse que fato 'extraordinário' era fruto do trabalho do governo


/BETO BARATA/PR/JC
Em discurso de abertura de uma reunião com a equipe econômica, o presidente Michel Temer exaltou o resultado da inflação medida pelo IPCA e disse que o fato "extraordinário" é fruto do trabalho de seu governo. "Inflação baixa, só para reprisar o que muitos têm dito, vai significar mais empregos, mais comida na mesa, mais poupança, ou quando a pessoa vai para o supermercado vê preço estável", disse.
Participaram o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; o ministro interino do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago; o ministro interino da Casa Civil, Gustavo Rocha; e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Carlos Marun (Secretaria de Governo).
Temer disse que é preciso destacar as vantagens da inflação abaixo da meta e que, "naturalmente, faz produzir mais consumo e mais produção de emprego". "Inflação de 2,95%, abaixo do piso, eu repito, é coisa que há muitíssimos anos não se vê."