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Economia

- Publicada em 10 de Janeiro de 2018 às 17:35

Sem choque de alimentos, inflação de 2017 ficaria no centro da meta, diz Banco Central

Em carta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, justificou que a inflação oficial do ano passado ficou abaixo do piso da meta principalmente por conta da forte queda no preço dos alimentos.
Em carta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, justificou que a inflação oficial do ano passado ficou abaixo do piso da meta principalmente por conta da forte queda no preço dos alimentos.
No texto, divulgado nesta quarta-feira (10), Goldfajn afirma que o choque dos alimentos representou 83,9% do desvio do IPCA verificado em 2017, que foi de 2,95%, em relação ao piso da meta para o ano, de 3%. O objetivo para 2017 era de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
O texto lembrou que a queda de preços do grupo "alimentação no domicílio" foi de 4,85% no ano passado, a maior deflação da série histórica do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), iniciada em 1989.
Se esse grupo for excluído dos dados, a inflação chegaria a 4,54%, "valor muito próximo à meta de inflação para 2017". "O comportamento dos preços de alimentos refletiu, preponderantemente, as condições de oferta, que permitiram níveis recordes de produção agrícola", afirma Goldfajn na carta.
O presidente do BC explicou que a autoridade monetária não reagiu a essa redução com elevação de juros porque não cabe ao banco inflacionar os preços sobre os quais têm mais controle para controlar choque no preço de alimentos.
"O Banco Central do Brasil (BC) seguiu os bons princípios no gerenciamento da política monetária e não reagiu ao impacto primário do choque. Não cabe inflacionar os preços da economia sobre os quais a política monetária tem mais controle para compensar choques nos preços de alimentos".
Goldfajn ainda afirmou que a inflação já se encontra na direção da meta para 2018, que também é de 4,5%, com intervalo de tolerância para cima e para baixo. De acordo com o presidente do BC, as projeções do mercado já apontam que, no final do primeiro trimestre deste ano, a inflação atingiria 3,2%, "situando-se, portanto, acima do limite inferior do intervalo de tolerância da meta".
"Portanto, o BC tem tomado as providências para que a inflação atinja as metas para a inflação estabelecidas pelo CMN, de 4,5% para 2018, 4,25% para 2019 e 4% para 2020. O processo de flexibilização monetária continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação."
Esta foi a primeira vez que a meta foi descumprida "para baixo" desde que foi criado o sistema de metas de inflação, em 1999. A meta de inflação é de 4,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Por isso, se a inflação fica abaixo de 3%, o BC tem que justificar o motivo do descumprimento do objetivo fixado pelo próprio governo, além de detalhar quais as providências tomadas para que a inflação volte ao patamar fixado pelo Conselho Monetário Nacional.
Isso tem que ser feito através de uma carta do presidente do Banco Central ao presidente do CMN, que é o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Desde 1999, a inflação ficou fora dos limites fixados em 2001, 2002, 2003 e 2015, mas sempre em um cenário de variação de preços excessiva, nunca o contrário.
A última vez que essa banda não foi cumprida, em 2015, a inflação oficial ultrapassou os 10% no final do ano. O teto era de 6%.
Folhapress
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