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Economia

- Publicada em 02 de Janeiro de 2018 às 20:16

Ação da Embraer sobe com oferta da Boeing

Proposta envolve divisão de defesa da empresa brasileira, que fabrica aeronaves como o Super Tucano

Proposta envolve divisão de defesa da empresa brasileira, que fabrica aeronaves como o Super Tucano


embraer/EMBRAER/DIVULGAÇÃO/JC
As ações da Embraer foram impulsionadas pela notícia de que a proposta da Boeing de combinar negócios com a Embraer não se restringe à área de aviação comercial e incluiria a divisão de defesa da fabricante brasileira. A informação foi apurada ontem junto a pessoas próximas da negociação. As ações ON da Embraer (EMBR3) subiram 2,6%, para R$ 20,52.
As ações da Embraer foram impulsionadas pela notícia de que a proposta da Boeing de combinar negócios com a Embraer não se restringe à área de aviação comercial e incluiria a divisão de defesa da fabricante brasileira. A informação foi apurada ontem junto a pessoas próximas da negociação. As ações ON da Embraer (EMBR3) subiram 2,6%, para R$ 20,52.
A intenção da norte-americana de estender as conversas sobre a divisão de defesa da Embraer deve complicar as negociações. O governo brasileiro já indicou que vetará a perda de controle nacional da empresa devido à sua importância estratégica na área militar.
No dia do anúncio das conversas, em 21 de dezembro, as ações da Embraer subiram 22,5%, para R$ 20,20, e lideraram as altas do Ibovespa, o índice das ações mais negociadas da bolsa. Desde então, os papéis acumulam valorização de 21,3%.
A notícia envolvendo a combinação dos negócios com a Boeing foi divulgada, inicialmente, pelo jornal norte-americano The Wall Street Journal, que informou que a norte-americana tinha interesse em adquirir o controle da empresa brasileira. A Embraer confirmou a negociação na tarde do mesmo dia, via fato relevante. "Não há garantia de que qualquer transação resultará dessas discussões. Boeing e Embraer não pretendem fazer comentários adicionais sobre essas discussões", afirmou a fabricante de aviões.
Para analistas, a combinação dos negócios deve tornar as duas companhias mais competitivas perante a joint-venture formada em outubro por suas duas principais rivais - a europeia Airbus e a canadense Bombardier. Em outubro, a Airbus anunciou que compraria uma participação majoritária no programa de jatos CSeries da Bombardier, dando um poderoso impulso para a fabricante canadense de aeronaves e trens em sua custosa disputa comercial com a Boeing.
O acordo seria uma resposta aos recentes sinais de crescimento do segmento de aviões de 100 lugares em mercados como a China, onde recentes mudanças regulatórias animaram fabricantes de aviões médios, que são o carro-chefe da Embraer. No ano passado, para estimular a aviação regional, que requer aeronaves menores, o governo chinês definiu que as companhias aéreas começassem a investir em frotas com aviões de até 100 lugares antes de partirem para comprar jatos maiores - mercado disputado pelas gigantes Airbus e Boeing.
"A gente via uma oportunidade tanto para a Embraer quanto para a Boeing. É uma combinação muito mais forte entre Boeing e Embraer do que entre Bombardier e Airbus. Só me pergunto como funcionaria a questão regulatória. Porque entra OMC (Organização Mundial do Comércio), vários órgãos para validar essa eventual operação", afirma Adeodato Netto, estrategista da Eleven Financial.
O fato de o governo brasileiro deter uma golden share - ação preferencial, que dá ao governo voz ativa em qualquer decisão estratégica da companhia - não deve ser um empecilho, na avaliação do especialista. "Não deixa de ser um aval muito relevante ao Brasil e ao momento de virada do País. A gente conseguiu resgatar um pouco de credibilidade e de confiança nas instituições no que diz respeito aos contratos. Não fosse isso, uma empresa na qual o governo brasileiro detém golden share sequer seria cogitada para uma operação como essa", ressalta.
O presidente Michel Temer chegou a afirmar que a venda da Embraer estava "fora de cogitação". "Não adianta tentar avaliar a decisão do governo pelas primeiras palavras. Ainda temos uma relevância desproporcional de alguns agentes, por exemplo, sindicatos. Se o negócio andar, acredito que este governo costure uma solução que viabilize a transação", afirma Netto. "Tem uma janela para transferência de tecnologia, e seria positivo para nossa posição global e para a indústria nacional", ressalta.
No dia 27 de dezembro, a gestora de investimentos norte-americana Brandes anunciou que reduziu sua participação na Embraer para 14%, ou 106,6 milhões de ações. Antes, a fatia da Brandes na Embraer era de 15%. Os maiores sócios privados depois dela são Mondrian (10,1%), BNDESPar (5,4%) e Blackrock (5%).
Além da aeronave de ataque leve e treinamento avançado A-29 Super Tucano e o KC-390, aeronave de transporte militar multimissão, na área militar, a Embraer oferece uma linha de soluções integradas e aplicações de comando e controle (C4I), radares, ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) e espaço. Isso inclui sistemas integrados de informação, comunicação, monitoramento e vigilância de fronteiras, bem como aeronaves para transporte de autoridades e missões especiais.
 
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