Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

- Publicada em 17 de Janeiro de 2018 às 13:38

Elza Soares prepara novo álbum para 2018

'Deus é mulher' deve dar continuidade à temática do elogiado álbum 'A mulher do fim do mundo'

'Deus é mulher' deve dar continuidade à temática do elogiado álbum 'A mulher do fim do mundo'


DARYAN DORNELLES/DIVULGAÇÃO/JC
"Eu vou cantar. Me deixem cantar até o fim. Lalaiá! Lalalaiá! Até o fim eu vou cantar." Os acompanhamentos em violino se vão. Restam a voz e o dedilhar da guitarra. A voz, enfim, silencia seu canto. Assim chega ao fim A mulher do fim do mundo, segunda faixa do elogiado álbum de 2015, escolhido pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como o disco do ano. Também foi selecionado pelo Grammy Latino como o melhor trabalho da música popular brasileira - entre outras tantas citações em listas e premiações.
"Eu vou cantar. Me deixem cantar até o fim. Lalaiá! Lalalaiá! Até o fim eu vou cantar." Os acompanhamentos em violino se vão. Restam a voz e o dedilhar da guitarra. A voz, enfim, silencia seu canto. Assim chega ao fim A mulher do fim do mundo, segunda faixa do elogiado álbum de 2015, escolhido pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como o disco do ano. Também foi selecionado pelo Grammy Latino como o melhor trabalho da música popular brasileira - entre outras tantas citações em listas e premiações.
Uma artista, na época à beira dos 80 anos de uma vida intensamente vivida, sofrida e gozada, a cantar o fim. Elza Soares, com A mulher do fim do mundo, lançava o primeiro álbum de músicas inéditas de toda a carreira. Tratava-se de um "presente", como diz Guilherme Kastrup, o produtor que orquestrou toda a reunião de novos músicos da cena brasileira - principalmente centrado no núcleo paulistano formado por Rodrigo Campos, Rômulo Fróes, Kiko Dinucci e Marcelo Cabral.
A artista carioca, hoje aos 80 anos de idade (seu aniversário é 23 de junho), assumiu a persona dessa mulher a testemunhar o fim do mundo. O disco, mergulhado nas profundezas do samba, num ambiente escuro, sombrio, é o que pode ser chamado de samba-punk e se transforma na trilha sonora desse apocalipse. Como se o mundo estivesse em cacos, em chamas e entulhos. Resta, apenas, Elza, eterna, uma highlander, a cantar até o fim dos tempos, tão próximo.
A partir dessa cena, começa a nascer Deus é mulher, o sucessor do elogiado álbum. Será lançado pela gravadora Deck, com quem a artista acaba de assinar contrato. "Penso que este título traz a ideia da continuidade de A mulher do fim do mundo", avisa Elza. "O disco anterior denunciava as mazelas e o caos do mundo. O novo trabalho sugere o nascimento de uma nova era, conduzida pela energia feminina", explica ela.
Novamente, o comandante dessa nova jornada musical de Elza Soares é Kastrup. O trabalho vem sendo construído desde setembro do ano passado, quando Kastrup passou a se comunicar com possíveis compositores e reunir material inédito para o disco.
Dessas canções - por volta de 60 músicas recebidas, normalmente registradas em voz e violão -, 20 foram selecionadas e levadas para Elza, para o corte final. Ficaram com oito delas, chegaram mais três. Deus é mulher, no total, terá 11 músicas. São canções assinadas por nomes como Tulipa Ruiz, Alice Coutinho (que compôs A mulher do fim do mundo com Fróes), Mariá Portugal, entre outros.
O título do disco deriva da canção de Deus há de ser, música de Pedro Luís (de E a Parede), canção trazida pela própria Elza. "Cara, foi essa música que me fez repensar no título deste disco", explica. "Quando o Pedro Luiz cantarolou a música em meu ouvido, eu fiquei louca!!! Quando ele me mandou a música, não tive dúvida de que entraria no disco... Lógico!", completa.
Elza viveu e venceu as batalhas mais duras ao longo da vida - reergueu-se de todas. Ao cantar Maria de Vila Matilde, fundamentou um grito de basta contra a violência doméstica, algo vivido por ela. "Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim", canta ela, em música assinada por Douglas Germano. "Foi importante trazer esse assunto para o nosso dia a dia", relata a artista. "Vivi o que canto hoje. Vou lutar até o fim pela mulher, também pelo negro e pelos gays! São minhas bandeiras", completa.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO