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Petróleo

- Publicada em 22 de Janeiro de 2018 às 15:35

Refino precisa acompanhar produção, diz ANP

Brasil tem que elevar oferta interna de combustíveis para reduzir dependência do mercado internacional

Brasil tem que elevar oferta interna de combustíveis para reduzir dependência do mercado internacional


/RENATO RODRIGUES/AGÊNCIA PETROBRAS/JC
Na transição para o consumo de fontes limpas e renováveis de energia, como eólica e solar, o País ainda vai consumir uma quantidade significativa de combustíveis derivados do petróleo nas próximas três ou quatro décadas. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, estima que, se o País não construir novas refinarias, as importações atuais de derivados vão dobrar nos próximos anos, para um milhão de barris diários, para atender à demanda crescente. A abertura efetiva do setor de refino, hoje com mais de 95% nas mãos da Petrobras, é um dos principais desafios na nova etapa da ANP, que acaba de completar 20 anos de fundação.
Na transição para o consumo de fontes limpas e renováveis de energia, como eólica e solar, o País ainda vai consumir uma quantidade significativa de combustíveis derivados do petróleo nas próximas três ou quatro décadas. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, estima que, se o País não construir novas refinarias, as importações atuais de derivados vão dobrar nos próximos anos, para um milhão de barris diários, para atender à demanda crescente. A abertura efetiva do setor de refino, hoje com mais de 95% nas mãos da Petrobras, é um dos principais desafios na nova etapa da ANP, que acaba de completar 20 anos de fundação.
"Se o País não atrair investimentos para produção de combustíveis (refinarias), vai aumentar nossa dependência de importações. E teremos ainda que ampliar investimentos em logística para trazer o produto de fora", afirmou Décio Oddone.
A ANP foi criada com o fim do monopólio do petróleo, a partir da Lei nº 9.478/97, para regular e fiscalizar o setor petrolífero, desde a exploração e produção até ao refino, transporte e distribuição.
Nos primeiros 20 anos, houve grande avanço nas áreas de exploração e produção, com a entrada de dezenas de empresas privadas, nacionais e estrangeiras, nessas atividades. Mas, nas áreas de refino e gás natural, por exemplo, apesar de não ser monopólio, a Petrobras continuou dominante. Agora, segundo Oddone, com as dificuldades financeiras da Petrobras, ficou evidente que a estatal não tem condições de investir sozinha em todo o setor como fez no passado.
O diretor-geral da ANP acredita que o setor de refino vai atrair investidores privados estrangeiros aos poucos, uma vez que dificilmente a Petrobras voltará a ter os preços dos combustíveis abaixo dos preços internacionais. Atualmente, a estatal já perde mercado para os importadores privados e, se contiver os preços, vai perder mais mercado.
Por outro lado, de acordo com Décio Oddone, considerando todos os projetos em andamento, está prevista a entrada em operação de quase 40 novas plataformas nos próximos anos, que elevarão a produção para cerca de 5,5 milhões de barris de petróleo por dia em 2027.
"No período de transição, em que o petróleo vai perder espaço para fontes mais limpas, se não explorarmos essa riqueza agora, qual vai ser o seu valor daqui a 20 anos, 30 anos? Tudo indica que será menor", argumenta.

Opep produziu 32,42 milhões de barris por dia em dezembro

A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) subiu em dezembro, mesmo com o mercado global se reequilibrando, apoiado pelo acordo de corte do cartel. Em seu relatório mensal publicado na semana passada, a Opep disse que a produção dos membros do cartel subiu 42 mil barris por dia, para uma média de 32,42 milhões de barris diários em dezembro. De acordo com a Opep, a alta foi impulsionada, principalmente, pelo aumento da produção em Nigéria, Angola e Argélia.
No entanto o processo de reequilíbrio do mercado continua em curso, "refletindo a oferta mais apertada e a redução dos estoques globais", segundo a Opep. Essas mudanças seriam resultado dos esforços do cartel de cortar a produção diária em 1,8 milhão de barris, combinado a uma demanda mais forte.
No final de 2016, a Opep e outros 10 grandes produtores de fora do cartel, entraram num acordo para reduzir a produção em cerca de 2%, num esforço para combater um excesso de oferta que pressiona a commodity desde 2014. Em novembro do ano passado, o acordo foi estendido até o fim de 2018. No relatório relativo a dezembro, a Opep afirmou que os contratos futuros do barril do tipo Brent subiram 22% ao longo de 2017, para uma média de US$ 55,00 por barril. Neste mês, o Brent chegou ao maior nível em três anos.
As estimativas de aumento da demanda por petróleo em 2017 foram revisadas em 43 mil barris por dia, para 1,57 milhões, levando o número total da demanda por petróleo no mundo no ano passado para 96,99 milhões de barris por dia. A elevação resultou de dados mais fortes do que o esperado da Europa e da China.
Para este ano, a previsão da Opep sobre a demanda foi mantida em 1,53 milhões de barris por dia. No entanto a oferta de petróleo mundial subiu em dezembro em 40 mil barris por dia.