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Empresas & Negócios

- Publicada em 30 de Janeiro de 2018 às 15:53

Dividendos estão mais generosos neste ano


FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Com os custos ajustados para enfrentar a crise dos últimos anos e diante de consumidores confiantes o suficiente para, finalmente, voltar a comprar, a expectativa de é de que as empresas brasileiras tenham lucros maiores em 2018. Analistas estimam que os resultados avancem até 25% em relação ao ano passado.
Com os custos ajustados para enfrentar a crise dos últimos anos e diante de consumidores confiantes o suficiente para, finalmente, voltar a comprar, a expectativa de é de que as empresas brasileiras tenham lucros maiores em 2018. Analistas estimam que os resultados avancem até 25% em relação ao ano passado.
Para quem investe em ações, a boa notícia tem efeito duplo. Os investidores devem ser beneficiados tanto pela valorização dos papéis negociados na bolsa quanto pelo pagamento mais generoso de dividendos, que são a parcela do lucro distribuída pelas empresas aos acionistas. E a história inclui uma novidade: até ações de empresas normalmente excluídas das recomendações focadas em dividendos, como do setor de construção, entram agora na lista de preferências do mercado.
Para que seja capaz de pagar dividendos polpudos, uma empresa precisa ter certas características. Não deve precisar de grandes investimentos para crescer, porque isso consome parte do lucro que poderia ser distribuído. Também deve conseguir gerar receitas crescentes. Por isso, os exemplos clássicos são ações das companhias do setor elétrico. Em geral, essas empresas têm um parque gerador ou distribuidor bem estabelecido, um rol de clientes estável e um produto, a energia, com preços reajustados anualmente.
Por lei, as empresas precisam distribuir uma parcela mínima de 25% do lucro para os acionistas. Mas muitas das melhores pagadoras - um grupo que inclui ainda companhias de saneamento, telefonia e instituições financeiras - adotam políticas próprias mais atraentes. O Itaú Unibanco, por exemplo, paga pelo menos 35% do lucro. No final do ano passado, animou os investidores, ao distribuir 45% do lucro.
Empresas de construção normalmente não são grandes pagadoras. Porém algumas condições atuais do setor levam os analistas a incluir companhias como a MRV, a Cyrella e a Eztec entre as sugestões para os interessados em dividendos. "A MRV conseguiu manter as vendas, apesar da crise. E não há sinais de que o crédito para imóveis do programa Minha Casa Minha Vida, principal nicho da empresa, vá acabar", diz Ricardo Vilhar Peretti, estrategista da Santander Corretora.
Há ainda um fator adicional: como lançaram muitos imóveis nos anos de euforia do mercado, as incorporadoras aumentaram seus estoques. Isso significa que, ainda por um tempo, terão produtos disponíveis para vender, sem precisar de novos investimentos para novas construções. "As construtoras estão se adaptando a um novo ritmo do mercado, que não será mais tão forte quanto já foi", diz Marco Saravalle, analista da XP Investimentos. "Até lá, venderão muito e construirão menos. A tendência é de que essa diferença se transforme em dividendos."
As ações de empresas tradicionais no pagamento de dividendos são consideradas defensivas - suas cotações tendem a oscilar menos, já que são emitidas por empresas com balanços mais previsíveis. Por isso, analistas como Adeodato Volpi Netto, estrategista-chefe da consultoria Eleven Financial, sugerem sempre manter papéis do tipo na carteira. "Quando a economia se acelera, essas ações se destacam pelos lucros crescentes, que se convertem em dividendos maiores."
Isso ajuda a entender por que os fundos de dividendos - que investem em ações que sejam boas pagadoras - costumam recuar menos que a média do mercado nas épocas de vacas magras. Em 2015, por exemplo, enquanto o Ibovespa caiu 13,3%, a desvalorização dos fundos de dividendos foi de 11,2%, segundo a provedora de informações financeiras Quantum. O contrário também vale, é claro. Em 2017, o Ibovespa avançou 26,9%; e os fundos, um pouco menos: 21,4%.
De acordo com analistas da XP, a lista das empresas que devem se destacar na distribuição de dividendos inclui nomes como Copel, Taesa, Cemig e Engie Brasil, todas do setor elétrico. Entram ainda a Smiles, que administra programa de fidelização, a Sanepar, empresa de saneamento paranaense, e a telefônica Vivo.
A escalada da bolsa - que só neste ano já acumula alta de quase 12% - fez crescer o interesse pela renda variável. Porém tanto o risco como a quantidade de papéis disponíveis podem assustar o pequeno investidor. Para quem não tem conhecimento para montar uma carteira de ações diversificada - ou tem pouco capital para isso -, uma alternativa que vem ganhando força são os ETFs (Exchange Traded Funds, na sigla em inglês), espécie de porta de entrada para esse mercado a um custo acessível.
Os ETFs são fundos que replicam índices e têm cotas negociadas em bolsa. Ao comprar uma cota de um ETF, o investidor terá um retorno quase idêntico ao índice que aquele fundo espelha. Por exemplo: para obter o mesmo retorno do Ibovespa - principal índice de ações da B3 -, em vez de comprar papéis das 61 companhias que hoje compõem o índice, o investidor pode adquirir uma cota do ETF Bova11. "O princípio do ETF é muito bom, porque permite a entrada em bolsa com um investimento inicial pequeno, já que, para entrar diretamente, sempre recomendamos alguns lotes de ações para diluir o risco da carteira", diz Conrado Navarro, especialista da Modalmais.
Além do Bova11, ETF mais negociado, outros destaques são o Brax11, que segue o comportamento do Índice Brasil (IBrx-100) - com os 100 papéis mais negociados na bolsa -, e o PIBB11, que espelha o IBrX-50, com as 50 companhias mais negociadas. Há ainda fundos que replicam índices com características específicas, como o Divo11, formado por companhias boas pagadoras de dividendos, e o Smal11, que espelha o índice Small Cap, com ações de empresas de menor valor de mercado - que têm mais risco e menos liquidez, porém maior potencial de valorização. Atualmente, há 15 ETFs listados na B3.
O principal custo do ETF é a taxa de administração, que vai de 0,059% a 0,69% ao ano - valor inferior ao cobrado por grande parte dos fundos de ações. Há ainda a taxa de corretagem por ordem, ou seja, pela compra ou venda de cotas - em torno de R$ 10,00, a depender da corretora - e a cobrança de 15% de Imposto de Renda sobre o rendimento.
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