"Um dos pontos mais importantes a pensar quando se fala no presidente (da República, na próxima eleição) é quem ele conseguiria ter como equipe econômica", sustenta o economista Fernando Marchet, vice-presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), em almoço da entidade nesta quinta-feira.
A análise foi feita com base nos prováveis candidatos ao Palácio do Planalto em 2018, e as indicações que já fizeram - ou não - para o comando da equipe econômica. "Um pouco da melhora na expectativa de investimentos que estamos vivendo é fruto do (Henrique) Meirelles (PSD)", avalia.
Marchet entende que um nome como Ciro Gomes (PDT), que já se apresenta como pré-candidato - mas ainda não indicou quem seria o possível ministro da Fazenda -, pode trazer "momentos de volatilidade do dólar e muita instabilidade, medo sobre as questões de investimento".
Por outro lado, uma candidatura como a do governador de São Paulo, Geraldo Alkmin (PSDB) - tendo como possível indicado para a Fazenda o economista Roberto Giannetti -, teria visão de necessidade do controle da inflação, o que transmite credibilidade aos investidores.
Ainda assim, Marchet avalia que as indecisões no cenário para o próximo ano podem atrasar um pouco a retomada efetiva do crescimento. "Enquanto não se tem uma clareza sobre quem vai estar pontuando em uma pesquisa crível, existe muita postergação de investimento", diz ele.
No almoço, a presidente da Federasul, Simone Leite (PP), foi questionada sobre a intenção de se candidatar novamente no próximo ano - em 2014, ela concorreu a uma vaga ao Senado. "Acredito que não precisa ter mandato para influenciar, mas o mandato para tomar as decisões necessárias", aponta. Simone não descartou a possibilidade de se colocar à disposição de uma candidatura "em prol de um grande projeto para o Estado", contudo diz que é cedo para confirmar essa possibilidade.