Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

eleições 2018

- Publicada em 10 de Dezembro de 2017 às 18:19

Alckmin assume comando do PSDB com aceno a PMDB

Almejando candidatura ao Planalto, tucano centrou em ataques ao PT

Almejando candidatura ao Planalto, tucano centrou em ataques ao PT


/EVARISTO SA/AFP/JC
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assumiu, neste sábado, o comando do PSDB com um aceno ao governo Michel Temer (PMDB) em um esforço para manter canais abertos para uma aliança em torno de sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2018. Com ataques ao PT, o paulista foi eleito presidente da sigla em um evento que abafou as cobranças de grupos tucanos que defendiam um rompimento contundente da sigla com Temer.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assumiu, neste sábado, o comando do PSDB com um aceno ao governo Michel Temer (PMDB) em um esforço para manter canais abertos para uma aliança em torno de sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2018. Com ataques ao PT, o paulista foi eleito presidente da sigla em um evento que abafou as cobranças de grupos tucanos que defendiam um rompimento contundente da sigla com Temer.
Os principais críticos do governo - em especial, a ala de deputados mais jovens - ficaram apagados durante a convenção. Em seu discurso, Alckmin poupou Temer de críticas e chegou a enaltecer o trabalho do presidente pela aprovação de reformas econômicas. "Registre-se os esforços do atual governo, que, pouco a pouco, começa a reversão da tragédia econômica em que o País foi colocado", disse o governador paulista.
O gesto de Alckmin, embora tímido, contém uma mudança de tom e de estratégia em relação à sua candidatura presidencial. O tucano planejava se manter afastado do PMDB de Temer e de parte das siglas de sua base, por considerar que a impopularidade do presidente prejudicaria sua campanha.
Agora, aliados do governador paulista já admitem uma aproximação com esses partidos para construir uma aliança mais ampla e evitar o lançamento de uma candidatura alternativa no bloco da centro-direita - como a do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).
Alckmin disse, em entrevista após o evento, que só pretende discutir a formação de alianças depois da confirmação de seu nome como candidato ao Planalto, o que deve ocorrer até março. Segundo auxiliares, o governador estuda marcar um encontro com Temer nas próximas semanas para discutir a posição do PSDB na reforma da Previdência. Seria seu primeiro movimento para manter a interlocução com o presidente.
Ao poupar o atual governo, Alckmin centrou seus ataques no PT e no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje líder nas pesquisas para a eleição de 2018. Disse que "Lula quer voltar à cena do crime". "Será que os petistas merecem nova oportunidade?", questionou. "Nós os derrotaremos nas urnas."
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez coro com o discurso do governador e lembrou ter derrotado o petista duas vezes em eleições. "Prefiro combatê-lo na urna do que vê-lo na cadeia", completou.
Os tucanos responsabilizaram os petistas pela recessão econômica dos últimos anos e pelo desemprego - que consideram que será um dos pontos centrais da próxima campanha. "O Brasil vive uma ressaca. Descobriu que a ilha da fantasia petista nunca foi a terra prometida", disse Alckmin.
 

Tucano propõe fechar questão pela aprovação da reforma da Previdência

Pré-candidato à presidência em 2018 e novo comandante do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse ser favorável ao fechamento de questão para aprovar a reforma da Previdência, o que obrigaria todos os deputados e senadores tucanos a votarem a favor da proposta, sob pena de serem punidos. "Pessoalmente, sou favorável. Fiz a reforma da Previdência em São Paulo em 2011. Minha posição é pelo fechamento de questão. Mas, além do apoio da executiva nacional do partido, é preciso do apoio da bancada", afirmou Alckmin, em entrevista coletiva, após a convenção nacional que o elegeu presidente da sigla.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez uma defesa ainda mais contundente da proposta de mudança nas regras para se aposentar. Disse que a discussão sobre o tema não deve estar vinculada ao medo de impacto na disputa eleitoral. "Não podemos fechar os olhos. Temos de explicar por que votamos sem medo das eleições", afirmou, cobrando "energia" do partido sobre a questão.
Em 1998, o ex-presidente conseguiu aprovar uma mudança na Previdência: a criação de uma idade mínima para a aposentadoria dos servidores. Ele tentou também a imposição de um piso etário para os trabalhadores do setor privado, vinculados ao INSS, mas foi derrotado. A votação é lembrada até hoje porque o governo perdeu por um voto. Uma das abstenções naquela votação foi a do deputado tucano Antonio Kandir, ex-ministro do Planejamento de Fernando Henrique Cardoso, que alegou ter errado o voto.
O deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que deixou o comando da Secretaria de Governo de Michel Temer (PMDB), defendeu uma votação "expressiva" do partido a favor da reforma da Previdência. "A gente espera que o PSDB, mantendo essa linha programática, apoie maciçamente a reforma." O parlamentar reforçou que a posição dos tucanos é determinante para o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) - são necessários 308 votos na Câmara para aprová-la.
O tucano disse que viu uma melhora expressiva no ambiente favorável à votação da reforma e que isso deve se consolidar na próxima semana. Segundo ele, a base aliada está se aproximando dos votos necessários.
O senador tucano Tasso Jereissati (CE) afirmou que não depende do PSDB colocar a reforma da Previdência para votar neste ano e que a sigla vai "entrar em campo" no processo de convencimento por sua aprovação.