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energia

- Publicada em 18 de Dezembro de 2017 às 16:35

Carvão gaúcho ganha nova esperança para agregar valor

Cerca de 90% das reservas carboníferas brasileiras estão localizadas em municípios do Rio Grande do Sul

Cerca de 90% das reservas carboníferas brasileiras estão localizadas em municípios do Rio Grande do Sul


/CRM/DIVULGAÇÃO/JC
Depois de três anos sem ter algum projeto gaúcho a carvão vencedor de um leilão de energia (o último foi a usina Pampa Sul, que está sendo construída em Candiota) os empreendedores desse setor estão apostando na carboquímica para desenvolver o segmento no Estado. A ideia é produzir, através do mineral, Gás Natural Sintético (GNS) e também amônia, ureia e metanol.
Depois de três anos sem ter algum projeto gaúcho a carvão vencedor de um leilão de energia (o último foi a usina Pampa Sul, que está sendo construída em Candiota) os empreendedores desse setor estão apostando na carboquímica para desenvolver o segmento no Estado. A ideia é produzir, através do mineral, Gás Natural Sintético (GNS) e também amônia, ureia e metanol.
Entre as empresas que já manifestaram interesse em desenvolver iniciativas nessa área estão a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Vamtec e a Copelmi e a sul-coreana Posco. O coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, Edilson Deitos, argumenta que a carboquímica é uma forma de explorar novas tecnologias e a riqueza mineral que se encontra no Estado. O dirigente recorda que cerca de 90% das reservas nacionais de carvão concentram-se no Rio Grande do Sul. "Estaria surgindo um novo polo petroquímico, com todos os controles ambientais que se possui hoje", frisa o empresário.
O advogado Frederico Boschin salienta que a limitação da oferta de gás natural no Estado (que hoje só recebe o insumo através do gasoduto Bolívia-Brasil - Gasbol) pode ser solucionada com a materialização da carboquímica. "Do ponto de vista econômico, é essencial que o Estado faça uso desse carvão, de uma forma ou de outra", defende o advogado.
Boschin lembra que a maioria dos países ainda faz uso do carvão. O advogado enfatiza que a tecnologia para o aproveitamento do mineral evoluiu, mas admite que o uso do carvão implica impacto ambiental.
O secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, adianta que estudos apontam que em 2020 o mercado gaúcho de gás natural demandará aproximadamente 6 milhões de metros cúbicos ao dia e, em 2030, poderá chegar a 14 milhões de metros cúbicos diários. Atualmente, o consumo no Rio Grande do Sul é na ordem de 2 milhões de metros cúbicos diários e a capacidade do Gasbol é de cerca de 2,8 milhões de metros cúbicos ao dia.
Devido a esses números expressivos, o secretário destaca que será necessário ter mais fontes de abastecimento de gás natural. "Só vamos dar competitividade para a nossa indústria se tivermos a oferta desse insumo com múltiplas fontes fazendo com que o preço do gás acabe caindo", argumenta. O dirigente salienta que o debate sobre os impactos ambientais da atividade do setor do carvão é algo que sempre estará vigente.
Entretanto, Lemos ressalta que discutir o uso do mineral não significa que o Estado e o País estejam indo no sentido contrário à responsabilidade ambiental e ao acordo de Paris. "Mas, somos céticos em eleger vilões que sejam os únicos responsáveis por um aquecimento global", aponta.

Aneel decide futuro de projeto bilionário de termelétrica em Rio Grande

Complexo terá terminal que poderá receber dois navios cargueiros de GNL por mês

Complexo terá terminal que poderá receber dois navios cargueiros de GNL por mês


AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
Se não houver a convocação de uma sessão extraordinária pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a definição sobre a continuidade ou não do projeto de uma termelétrica alimentada a gás natural liquefeito (GNL) em Rio Grande ficará para 2018. As reuniões públicas ordinárias de 2017 da diretoria do órgão regulador encerraram no dia 19 de dezembro e somente serão retomadas no dia 16 de janeiro do próximo ano.
O projeto termelétrico, que estava sob responsabilidade da gaúcha Bolognesi, está sendo repassado para a norte-americana New Fortress Energy. Porém, a Aneel observou dificuldades por parte dos empreendedores em cumprir o cronograma da usina (que precisa entrar em operação em 2021) e revogou a outorga da iniciativa. Os investidores ingressaram com recurso no órgão regulador, que ainda está sendo analisado, para tentar reverter a posição.
A usina em Rio Grande é planejada para uma capacidade de produção de 1.238 MW - o que equivale a cerca de um terço da demanda de eletricidade do Estado. O complexo contempla também a instalação de um terminal de GNL, com potencial para até 14 milhões de metros cúbicos de gás natural ao dia. A estrutura pode receber até dois navios cargueiros de GNL por mês. Juntas, as estruturas representarão um investimento superior a R$ 3 bilhões.
O advogado Frederico Boschin, da Souza Berger Advogados, comenta que existe, realmente, uma convergência de fatores que abre a possibilidade para o cancelamento da outorga. O advogado destaca que o governo federal pauta todo o mercado elétrico pela questão da segurança do abastecimento de energia. "Projetos outorgados e não construídos geram o desequilíbrio regulatório na medida em que se conta com essa energia e há a incerteza se essa geração vai ou não ser entregue para poder suprir a demanda", frisa.
Boschin acrescenta que o gás natural importado é um insumo de difícil controle financeiro. "Parece bastante desafiador, por ter um insumo cotado em dólar e a receita (da térmica) em real, mas de fato seria um investimento bastante importante para o Estado", aponta.
O prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, diz que a térmica levaria de três a quatro anos para ser construída, o que geraria diversos empregos, fundamentalmente, no setor metalmecânico. A perspectiva é que o empreendimento absorva boa parte da mão de obra que estava vinculada aos estaleiros do polo naval, que têm sua continuidade de serviços ameaçada por falta de demanda da Petrobras. Além disso, permitirá que Rio Grande amplie sua matriz energética, sendo alimentado com gás natural. Essa condição aumentará a capacidade competitiva das empresas da região.
O secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, comenta que a Aneel acatando o recurso dos empreendedores significará que uma importante nova fonte de energia elétrica sairá do papel e a entrada do GNL no mercado gaúcho. Caso contrário, Lemos não "jogaria a toalha". O dirigente acredita que seria possível disputar um novo leilão de energia para viabilizar o empreendimento ou, até mesmo, ir adiante com o projeto sem ser associado a uma termelétrica, somente para abastecer o mercado de gás natural.