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Turismo

- Publicada em 28 de Dezembro de 2017 às 22:14

População do Litoral Norte mais do que dobra no verão

Atlântida Sul tem expansão de 519,4%, chegando a 7,4 mil pessoas

Atlântida Sul tem expansão de 519,4%, chegando a 7,4 mil pessoas


/PREFEITURA DE OSÓRIO/DIVULGAÇÃO/JC
Tradicional destino dos gaúchos no verão, o Litoral Norte mais do que dobrará o tamanho de sua população nesta temporada. Levando em conta os oito municípios da região que possuem faixa de areia e mais três balneários, o número de pessoas passará dos 221 mil residentes fixos para 517 mil, um incremento de 133,6%. A projeção, realizada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), representará quase 296 mil pessoas a mais nas localidades durante o veraneio.
Tradicional destino dos gaúchos no verão, o Litoral Norte mais do que dobrará o tamanho de sua população nesta temporada. Levando em conta os oito municípios da região que possuem faixa de areia e mais três balneários, o número de pessoas passará dos 221 mil residentes fixos para 517 mil, um incremento de 133,6%. A projeção, realizada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), representará quase 296 mil pessoas a mais nas localidades durante o veraneio.
A estimativa, alerta o estatístico da entidade, Pedro Tonon Zuanazzi, leva em conta uma média mensal para o mês de fevereiro. "Em fins de semana e datas especiais, como o Ano-Novo e o Carnaval, é maior ainda o incremento, enquanto em dias normais de semana geralmente é menor", explica. Embora o Litoral Norte possua mais municípios, a pesquisa foi direcionada aos oito que estão efetivamente na orla marítima - Balneário Pinhal, Cidreira, Tramandaí, Imbé, Xangri-Lá, Capão da Canoa, Arroio do Sal e Torres. Foram pesquisadas três praias pertencentes a outros municípios, Quintão (pertencente a Palmares do Sul), Atlântida Sul (parte de Osório) e Santa Rita de Cássia (parte de Terra de Areia).
Estes balneários, até por não serem sedes de seus municípios e, portanto, possuírem uma população bastante menor, são os que apresentam os maiores crescimentos na temporada. Quintão, por exemplo, passa de 3,5 mil habitantes para 18,3 mil no verão, um aumento de 515,2%. Atlântida Sul experimenta uma expansão ainda maior, de 519,4%, passando de 1,2 mil para 7,4 mil pessoas.
Já entre os municípios, o maior contingente em termos absolutos se direcionará a Capão da Canoa, que deve receber uma população flutuante média de 58,5 mil pessoas, mais do que o dobro dos residentes fixos, que são 51,7 mil. Em termos proporcionais, os maiores aumentos serão o de Arroio do Sal, cuja população deve crescer 222,2%, e de Imbé, que aumentará em 188,8%. O estudo pode ajudar em várias políticas públicas, como um deslocamento mais racional de brigadianos para o Litoral, por exemplo.
A sazonalidade nas demandas ocasionada por uma expansão tão grande na população é um dos principais desafios das prefeituras da região. Em Imbé, por exemplo, na alta temporada, a frota para a coleta de lixo domiciliar passa de quatro para 10 caminhões, enquanto na área da saúde, tanto o pessoal quanto o material de consumo são duplicados. "Alguns recursos são distribuídos conforme a população, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Recebemos por 22 mil pessoas, mas, em dois meses do ano, temos que ter infraestrutura para 100 mil (estimativa da prefeitura), é bem complicado", lamenta a secretária da Fazenda de Imbé, Maria das Graças Silveira de Matos.

Torres apresenta o menor crescimento populacional entre os municípios litorâneos, segundo a FEE

Entre os municípios do Litoral Norte, Torres deve ter o menor crescimento populacional neste verão, que deve ser de 59,6%, e há um motivo para isso. Entre as oito cidades, o município mais distante da Capital é o único que possui mais domicílios ocupados do que de uso ocasional ou vago. Com base no Censo de 2010, a FEE estima que as residências que não são de uso permanente sejam 46,5% em Torres, enquanto chegam a quase 76% em Capão da Canoa.
A estimativa é uma atualização de um estudo produzido inicialmente pela entidade no ano passado. Segundo o estatístico da FEE Pedro Tonon Zuanazzi, é o primeiro estudo científico sobre a população flutuante do Litoral. "Até então, não existia uma estimativa oficial, os números trabalhados eram, de certo modo, palpites", argumenta o pesquisador. A projeção foi feita com base nos dados de censos demográficos, no número de domicílios e, também, no consumo mensal de água nos municípios. Ainda de acordo com Zuanazzi, outras variáveis foram testadas, como consumo de energia elétrica, número de ocorrências policias, geração de impostos e transações bancárias, mas nenhum demonstrava um padrão tão bem definido quanto o volume medido pelos hidrômetros.
A percepção de que o crescimento seria ainda maior do que o apontado pela pesquisa pode ser derivado da localização das casas de veraneio, segundo o pesquisador. Isso porque grande parte delas se localiza mais próxima ao mar, faixa onde, portanto, efetivamente há um aumento percentual maior, mas que acaba se diluindo quando se leva em conta toda a extensão do município.