Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Emprego

- Publicada em 27 de Dezembro de 2017 às 19:21

Brasil perdeu 12,2 mil postos em novembro

Montador de andaimes figurou entre as atividades mais demandadas

Montador de andaimes figurou entre as atividades mais demandadas


/MAURO SCHAEFER/ARQUIVO/JC
Depois de sete meses com o mercado formal criando empregos, o País fechou novembro com saldo negativo de 12.292 postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O resultado considera 1.111.798 admissões contra 1.124.090 e é o primeiro divulgado após reforma trabalhista entrar em vigor, no dia 11 de novembro. No mesmo mês do ano passado, o Brasil perdeu 116.747 vagas. O único setor em que as contratações superaram as demissões no País foi o comércio, que registrou a criação de 68.602 vagas.
Depois de sete meses com o mercado formal criando empregos, o País fechou novembro com saldo negativo de 12.292 postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O resultado considera 1.111.798 admissões contra 1.124.090 e é o primeiro divulgado após reforma trabalhista entrar em vigor, no dia 11 de novembro. No mesmo mês do ano passado, o Brasil perdeu 116.747 vagas. O único setor em que as contratações superaram as demissões no País foi o comércio, que registrou a criação de 68.602 vagas.
De acordo com o Ministério do Trabalho, os efeitos das novas regras trabalhistas sobre o mercado ainda são residuais, pois só contemplaram dois terços do mês. Mas já inclui contratos firmados sob as novas modalidades previstas na reforma, como a jornada intermitente e a jornada parcial. Resultados até outubro de 2017 não incluíam essas informações. Em novembro, primeiro mês de vigência das novas regras, houve geração de 3.120 postos de trabalho intermitente, contra 53 desligamentos. O saldo ficou positivo em 3.067.
Na jornada parcial, que também teve sua carga de trabalho alterada pela reforma, houve 744 admissões contra 513 desligamentos (saldo positivo em 231). Segundo o Ministério do Trabalho, o impacto da reforma será sentido ao longo de 2018, quando a pasta projeta gerar entre 1,7 milhão e 2 milhões de empregos.
Com exceção das regiões Nordeste e Sul, as demais tiveram saldo negativo, sendo que o maior número de demissões ocorreu no Sudeste, onde foram fechadas 16.421 vagas.
Entre as atividades que mais contrataram foram assistente de vendas, montador de andaimes (edificações) e servente de obras. Houve 805 desligamentos por acordo entre patrão e empregados.
Entre janeiro e novembro, foram abertas 299.635 vagas. O resultado consolidado de 2017 ainda será impactado pelos dados de dezembro, um mês tradicionalmente negativo devido às rescisões dos contratos temporários de trabalho.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que pediu demissão ontem, minimizou o resultado. Segundo ele, o mês de novembro tem uma tendência de saldo negativo e além disso, a geração de empregos está ligada ao crescimento da economia, que está em recuperação.
"Os dados do Caged apontaram um pequeno saldo negativo na geração de empregos formais. Contudo, isso não significa uma interrupção no processo de retomada da economia", disse Nogueira.
Segundo estimativas do Ministério do Trabalho, se o País crescer 3% em 2018, serão criados 1,7 milhão de empregos formais. Num cenário ainda mais otimista, se a atividade econômica subir 3,5%, o saldo do mercado de trabalho poderá bater a marca de 2 milhões.
A região que mais criou vagas formais em novembro foi a Sul, com 15.181 postos. A região Nordeste abriu 3.758 vagas. As demais regiões registraram saldo negativo: Sudeste (-16.421), Centro Oeste (-14.412) e Norte (-398).
Em novembro, o salário médio de admissão no País ficou em R$ 1.470,08, enquanto o de demissão foi de R$ 1.675,58. Na comparação com outubro, houve aumento de 0,39% no salário de contratação e de 0,02% no de demissão.

Trabalhador intermitente é mulher e tem até 29 anos

Os trabalhadores intermitentes brasileiros contratados no mês de novembro têm, em sua maioria, até 29 anos, Ensino Médio completo e são principalmente mulheres. Estão concentrados nas regiões Sudeste e Nordeste e atuam, em grande parte dos casos, como assistentes de vendas. Ainda não há dados disponíveis sobre a remuneração desses trabalhadores.
Os dados foram detalhados, nesta quarta-feira, pelo Ministério do Trabalho a partir dos primeiros contratos intermitentes firmados após a entrada em vigor da reforma trabalhista. O trabalho intermitente é aquele que permite à empresa convocar os trabalhadores quando e se necessário, remunerando-os pelas horas cumpridas.
O saldo de contratos intermitentes foi positivo em 3.067 vagas em novembro. De acordo com o coordenador-geral de estatísticas da pasta, Mário Magalhães, houve forte contratação de trabalhadores no regime intermitente por conta da Black Friday. Segundo ele, uma única grande rede de comércio de móveis e eletrodomésticos anunciou a contratação de 1,2 mil pessoas nessa modalidade.
Segundo os dados do Ministério do Trabalho, o comércio abriu 2.822 novas vagas intermitentes, ou 92% do saldo total. Desses, 2.749 são assistentes de vendas. Os serviços foram responsáveis por outros 185 novos postos.
As contratações de intermitentes ficaram concentradas no Sudeste (1.305 novas vagas) e no Nordeste (1.244 postos), mas com características diferenciadas. No Sudeste, por exemplo, os contratos dessa modalidade ficaram concentrados em São Paulo (782) e Minas Gerais (408), enquanto ficaram espalhados entre os estados nordestinos.
Ainda de acordo com a pasta, 54% dos trabalhadores intermitentes contratados em novembro são mulheres, contra 46% de homens. Mais de 2,1 mil têm até 29 anos, ou 69% do total, enquanto apenas 3% têm 50 anos ou mais.

Rio Grande do Sul surpreendeu positivamente com criação de 8.753 vagas formais

Dois estados em grave crise financeira surpreenderam pela forte geração de empregos em novembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Rio Grande do Sul, que trabalha para ingressar no Regime de Recuperação Fiscal para conseguir um alívio por pelo menos três anos, registrou saldo positivo de 8.753 vagas no mês passado, o melhor desempenho entre todos os estados. O saldo positivo foi gerado pela diferença entre 72.343 contratações e 63.606 demissões.
O Rio de Janeiro, que já aderiu ao programa de socorro criado pelo governo federal, gerou 3.038 novas vagas em novembro, ficando em terceiro lugar, atrás de Santa Catarina com 4.995 vínculos empregatícios.
Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro enfrentam dificuldades para pagar o salário de servidores, mas conseguiram fugir da tendência que recaiu sobre o resultado nacional. No Rio Grande do Norte, que recentemente viu frustrada sua tentativa de obter um repasse de R$ 600 milhões da União e ainda tenta encontrar apoio para um socorro, houve fechamento de 137 vagas formais. Em São Paulo, o saldo do Caged ficou negativo em 17.611, segundo o Ministério do Trabalho.
Treze das 27 unidades federativas tiveram variação positiva. No caso do Rio Grande do Sul (alta de 0,35%), a liderança veio com a expansão do comércio ( 4.567 postos), agropecuária ( 3.973) e serviços ( 2.031). Santa Catarina (segundo lugar) registrou crescimento de 0,25%, motivado pela expansão do comércio ( 5.090 postos), serviços ( 1.592 postos) e agropecuária ( 908 postos).