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Economia

- Publicada em 27 de Dezembro de 2017 às 21:41

Sindieólica-RS alerta para possível exclusão em leilão

Gargalo decorre do atraso em obras da Eletrosul nos empreendimentos

Gargalo decorre do atraso em obras da Eletrosul nos empreendimentos


/YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Jefferson Klein
Depois de ter ficado de fora da disputa do leilão de energia A-4 (quatro anos para as usinas entregarem a eletricidade) realizada em 18 de dezembro, os empreendedores de projetos eólicos a serem desenvolvidos no Estado temem que a situação possa se repetir no certame A-4 previsto para abril de 2018. A dificuldade consiste na limitação do sistema de transmissão do Rio Grande do Sul para escoar enormes volumes de energia nos próximos anos.
Depois de ter ficado de fora da disputa do leilão de energia A-4 (quatro anos para as usinas entregarem a eletricidade) realizada em 18 de dezembro, os empreendedores de projetos eólicos a serem desenvolvidos no Estado temem que a situação possa se repetir no certame A-4 previsto para abril de 2018. A dificuldade consiste na limitação do sistema de transmissão do Rio Grande do Sul para escoar enormes volumes de energia nos próximos anos.
O presidente do Sindicato das Empresas de Energia Eólica do Rio Grande do Sul (Sindieólica-RS), Guilherme Sari, adverte que, no cenário atual, os complexos eólicos gaúchos estão alijados da concorrência. "Temos que conseguir o adiamento do leilão ou a postergação da entrega de energia", enfatiza. O gargalo no sistema de transmissão do Estado surgiu devido ao atraso da Eletrosul em conduzir obras que arrematou em 2014. Os empreendimentos abrangem em torno de 1,9 mil quilômetros de linhas de transmissão, sendo oito linhas de 525 kV e nove linhas de 230 kV, além de oito subestações (três em 525 kV e cinco em 230 kV) e a ampliação de 13 subestações existentes. As estruturas serão instaladas em municípios como Santa Vitória do Palmar, Rio Grande, Santana do Livramento, Osório, Candiota, entre outros; e o investimento previsto é da ordem de R$ 3,9 bilhões. O controle dessas iniciativas foi repassado para a Shanghai Electric e para o fundo chinês Clai Fund, e a Eletrosul ficou com uma participação minoritária.
Sari detalha que, nos moldes em que foi apresentado, o certame A-4 de abril determina a entrega da energia em janeiro de 2022, e as obras de transmissão somente ficarão prontas em abril deste mesmo ano. Ou seja, os cronogramas estão descasados. O empresário comenta que, no momento, há uma capacidade mínima de conexão na região do entorno de Osório e Viamão, que poderia viabilizar no máximo cerca de 150 MW eólicos de potência no próximo leilão (o que representa apenas 2% da demanda média de eletricidade do Estado).
Segundo o presidente do Sindieólica-RS, se não houvesse a restrição no sistema de transmissão, os projetos eólicos a serem instalados no Rio Grande do Sul aptos a participar do leilão somariam algo próximo de 3 mil MW. Esses empreendimentos, todos sendo implementados, significariam um investimento de cerca de R$ 17 bilhões.
A maioria desses complexos está prevista para ser instalada nos litorais Norte e Sul, Campanha e Fronteira-Oeste. Sari admite que contar com a sensibilidade do governo federal será algo complicado e espera que o Executivo gaúcho reforce o pleito do adiamento da concorrência.
O secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, já adiantou que essa será uma bandeira do governo gaúcho. Contudo não é possível afirmar ainda que o dirigente estará à frente da pasta quando a questão for definida. Recentemente, o PSDB pediu aos filiados que deixassem os cerca de 50 cargos ocupados no governo Sartori; e não há, por enquanto, uma definição sobre o futuro a longo prazo do secretário (pelo menos até o dia 20 de janeiro Lemos deve permanecer no comando da secretaria). Sari destaca que Lemos está bem envolvido na luta de incluir os projetos gaúchos no leilão e, se confirmada a saída do dirigente da pasta, haverá um prejuízo para a empreitada.
Sobre o leilão A-6 (seis anos para o fornecimento de energia), ocorrido em 20 de dezembro, em que os projetos eólicos gaúchos puderam participar por ter mais prazo para a entrega da geração, o presidente do Sindieólica-RS argumenta que a concorrência foi muito agressiva e os valores, muito baixos. Com isso, nenhum empreendimento eólico no Rio Grande do Sul conseguiu sair vencedor. Sari recorda que o preço praticado para a energia eólica despencou, iniciando com um teto de R$ 276,00 o MWh, mas fechando a R$ 98,62 o MWh. Além disso, apenas cinco empresas saíram como vendedoras de energia eólica no certame.
 
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