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Economia

- Publicada em 26 de Dezembro de 2017 às 22:50

Opinião econômica: Não perder o entusiasmo

Steinbruch tem fama de desistir de negócios na última hora

Steinbruch tem fama de desistir de negócios na última hora


/Folhapress/Arquivo/JC
Passou o Natal, vem aí o Ano-Novo. Entendo perfeitamente que, em épocas como esta, ninguém esteja muito disposto a falar de problemas. Por mais difícil que tenha sido o ano, é hora de comemorações e, como tal, o articulista se sente impelido a enumerar virtudes brasileiras.
Passou o Natal, vem aí o Ano-Novo. Entendo perfeitamente que, em épocas como esta, ninguém esteja muito disposto a falar de problemas. Por mais difícil que tenha sido o ano, é hora de comemorações e, como tal, o articulista se sente impelido a enumerar virtudes brasileiras.
Trata-se de um grande desafio, não porque nos faltem virtudes - temos muitas -, mas porque a qualquer momento a narrativa pode inconscientemente resvalar para a crítica. Para citar virtudes, é preciso deixar de lado temas como crise fiscal, reforma da Previdência, corrupção, recessão, desemprego, desigualdade, juros altos, saúde, segurança, enfim, os desafios de hoje da sociedade brasileira.
Dias atrás, ouvi de um empresário chinês a lembrança de que o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo no século 20, tendo o valor do PIB (Produto Interno Bruto) multiplicado por 100 entre os anos 1900 e 2000. Aqui, a tentação é falar da distribuição de renda, mas deixa para lá, não é hora de críticas.
O ano de 2017 está terminando com inflação bastante baixa, inferior a 3%. O impulso nos levaria a falar de juros, ainda absurdamente altos, mas deixa para lá.
Nossa dívida externa (em dólares), que várias vezes levou o País ao FMI (Fundo Monetário Internacional) no século passado, deixou de ser um problema. Temos, na verdade, reservas de US$ 370 bilhões, um seguro contra as mortíferas crises cambiais. Isso, porém, não nos libertou de remédios semelhantes aos conservadores e recessivos aplicados pelo FMI. Ops, não é hora de crítica, e sim de comemorações!
Temos uma grande indústria, diversificada e pronta para ganhar o mercado global. Com apoio creditício, juros civilizados e câmbio ajustado, seria imbatível, mas... não é momento para críticas nem ressalvas. Melhor é lembrar que somos os maiores exportadores mundiais de alimentos e temos uma agroindústria moderna e competitiva.
Nossas florestas ainda são imensas e foram poupadas durante séculos, ao contrário do que ocorreu em outros países desenvolvidos e emergentes. A colaboração do Brasil para a sustentabilidade ambiental do planeta Terra é indiscutível. Nosso futebol é um orgulho nacional. Estamos quase recuperados dos 7 a 1 de 2014 e apostamos que a seleção vai disputar o título na Copa do Mundo da Rússia, no ano que vem.
As praias e a beleza natural do País são incomparáveis em todas as regiões. Turistas adoram visitar o Brasil. Pena que falte segurança e... Ops! Sem críticas!
Uma pesquisa feita pouco tempo atrás, envolvendo 160 países, mostrou que o brasileiro é o povo mais otimista do mundo quando se pensa no futuro próximo (cinco anos). É também o 18º mais feliz.
Uma boa mensagem de fim de ano está nos versos iluminados de Vinicius de Moraes no "Samba da Bênção": "É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe". Não podemos nos abater com os percalços de 2017, um ano longo, que parecia nunca terminar.
A despeito dos obstáculos e dos tropeços, é preciso seguir em frente. Um dia, após vitória na Segunda Guerra Mundial, que espalhou milhões de mortos e feridos por toda a Europa, Winston Churchill assim definiu o sucesso: é quando "se vai de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo".
Feliz Ano-Novo a todos.
Diretor-presidente da CSN e presidente do conselho de administração da empresa
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