O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, comparou ontem a estimativa do governo de investimento em 2017 com o gasto em Previdência no mesmo período. Segundo Oliveira, os recursos disponibilizados pelo governo em 2017 em infraestrutura devem ser de R$ 25 bilhões, enquanto o gasto com o Regime Geral da Previdência aumentou R$ 40 bilhões ante 2016, e a despesa total com aposentadoria e pensão subiu R$ 140 bilhões. O ministro participou de evento ontem em São Paulo.
Oliveira reforçou que a reforma da Previdência é a principal das mudanças propostas pelo governo e voltou a fazer apelos pela aprovação do projeto. "É preciso o engajamento de todos nessa causa. Ou encaramos a realidade, ou acreditamos em mágica. A opção é encarar o problema e entregar o País em uma rota de crescimento", argumentou.
O ministro do Planejamento afirmou que os recursos da União não são suficientes para atacar todo o déficit que o País tem na área de infraestrutura. Por isso, disse que a estratégia do governo é estimular o investimento privado. Ele citou, por exemplo, o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que, segundo ele, já trouxe R$ 30 bilhões em outorgas.
As concessões realizadas até o momento, completou, representam R$ 69 bilhões de investimento em infraestrutura ou mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro acrescentou que os 89 projetos em carteira significam R$ 103 bilhões em investimento e envolvem setores como energia, rodovias e aeroportos.
Sob a ótica do investimento externo, Oliveira afirmou que o País recebeu
US$ 82 bilhões de investimento nos últimos 12 meses. "Grandes empresas estão atuando e ganhando vários projetos. Grandes operadores estão vindo para cá, porque sabem que é a melhor aposta. Continuaremos a ter um fluxo grande de capital em infraestrutura", sustentou.
O ministro ainda disse que a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) foi uma das ações para estimular a participação do capital privado no investimento em infraestrutura. Além disso, com a queda de juros, Oliveira estimou que os fundos de equity e de pensão devem procurar projetos em infraestrutura para investir. "O Bndes vai continuar investindo em infraestrutura, mas mais como promotor do que como financiador exclusivo", completou. O titular do Planejamento ainda comentou que os estados têm avançado nos projetos de concessão e que o governo também tem auxiliado os municípios para que possam aumentar o espaço da participação privada em investimentos em infraestrutura.