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Conjuntura

- Publicada em 12 de Dezembro de 2017 às 23:12

Fecomércio-RS prevê retomada da economia em 2018 via consumo

Bohn defende a aprovação da reforma da Previdência como única saída para o déficit

Bohn defende a aprovação da reforma da Previdência como única saída para o déficit


/FREDY VIEIRA/JC
A partir de um balanço de 2017 apresentado ontem pelo economista da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, já se pode afirmar que a crise brasileira chegou ao fim. Em reunião-almoço, o especialista fez uma avaliação dos desafios do setor e as perspectivas para 2018 - ano em que, segundo Portugal, o crescimento da economia deverá ser puxado pelo consumo. O especialista chamou atenção para os impactos de reformas essenciais para o equilíbrio das contas públicas do País e afirmou que não enxerga possibilidade de desenvolvimento ocorrer como resultado de investimentos. "Ainda há muita capacidade ociosa para ser aproveitada", destacou, citando o exemplo da fábrica da General Motors (GM) no Rio Grande do Sul, que recentemente anunciou a reabertura do terceiro turno da unidade de Gravataí no decorrer do ano que vem.
A partir de um balanço de 2017 apresentado ontem pelo economista da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, já se pode afirmar que a crise brasileira chegou ao fim. Em reunião-almoço, o especialista fez uma avaliação dos desafios do setor e as perspectivas para 2018 - ano em que, segundo Portugal, o crescimento da economia deverá ser puxado pelo consumo. O especialista chamou atenção para os impactos de reformas essenciais para o equilíbrio das contas públicas do País e afirmou que não enxerga possibilidade de desenvolvimento ocorrer como resultado de investimentos. "Ainda há muita capacidade ociosa para ser aproveitada", destacou, citando o exemplo da fábrica da General Motors (GM) no Rio Grande do Sul, que recentemente anunciou a reabertura do terceiro turno da unidade de Gravataí no decorrer do ano que vem.
Portugal apontou que, ao contrário de 2017, quando apenas o agronegócio apresentou um bom desempenho, todos os setores da economia tendem a mostrar melhores resultados no ano que vem. "Mas há desafios para o governo, como ajustar a questão fiscal e se fazer cumprir a PEC do Teto de Gastos; E, neste sentido, o principal problema é cortar os custos da Previdência", pontuou. "Desenvolvimento econômico e social requer equilíbrio nas finanças públicas e, sem os ajustes propostos, não será possível atender a demandas básicas, como saúde e segurança, e promover novos investimentos", concordou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Ele defendeu a reforma da Previdência como a "única saída para um déficit que chegou a R$ 305,43 bilhões em 2016". Ofício consolidando posição da entidade em prol de um novo sistema previdenciário no Brasil (PEC 287/2016) foi enviado a todos os deputados e senadores gaúchos no início deste mês. Bohn também reforçou que não há mais como suportar aumento de impostos para resolver o déficit fiscal e afirmou que é preciso ser herói para se manter empreendedor no Brasil. "Se faz urgente melhorar o ambiente de negócios no País."
Uma das mais recentes atuações da entidade foi a agenda do presidente da Fecomércio-RS com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, em Brasília, em que pontuou juridicamente os efeitos negativos da cobrança do Difa, o Imposto de Fronteira, sobre as micro e pequenas empresas. "Criou-se uma inconstitucional e injusta política arrecadatória implementada por alguns estados, inclusive o nosso, que atinge em cheio todo o segmento varejista optante pelo Simples Nacional", afirma Bohn.

Rio Grande do Sul se encontra em uma situação 'pré-falimentar', afirma a entidade

De olho na meta inflacionária de 2019, Selic deve crescer em 2018, prevê Portugal

De olho na meta inflacionária de 2019, Selic deve crescer em 2018, prevê Portugal


/FREDY VIEIRA/JC
 No que se refere à economia gaúcha, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, avaliou que o Rio Grande do Sul está em situação “pré-falimentar” e que depende da aprovação do conjunto de medidas para renegociação da dívida, “para não quebrar até março de 2018”. Em paralelo, “se tudo der certo após as eleições”, a recuperação da atividade econômica deve ocorrer de forma lenta e gradual, acompanhando os ajustes na inflação, que deve alcançar 4,6% em 2017.
Portugal explica que a indexação da economia brasileira deve ajudar a segurar a inflação, mas, ao final de 2018, o Banco Central (BC) poderá iniciar a elevação da Taxa Básica de Juros (Selic), já de olho na meta inflacionária de 2019. “Apesar de ter fechado o ano em 7% – com a menor taxa de juros da série histórica do BC –, a Selic deve alcançar 8% até dezembro do próximo ano”, observou o economista. Bohn também destacou que o poder de compra das famílias inflou em 2017, por conta da dinâmica da inflação e da queda dos juros – em contramão ao aumento de oferta de crédito. “Além disso, ainda que timidamente, o mercado de trabalho dá sinais de melhoras, o que ajuda a reforçar a confiança e o retorno ao consumo.” No entanto nem o dirigente da Fecomércio-RS, nem Marcelo Portugal acreditam em uma retomada significativa do emprego. “Mas já está melhor, pois o número de desempregados no País diminuiu, passando de 14 milhões para 12 milhões no último ano”, avaliou o economista. Segundo Portugal, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) projetado para o Brasil no final de 2018 é de 2,8%, acelerando com relação ao verificado em 2017. No Rio Grande do Sul, a projeção fica abaixo da expectativa nacional, com crescimento esperado de 1,9% no próximo ano. “Apesar dos indicadores positivos de 2017 e o que se desenha para 2018, os crescimentos somados não vão compensar as perdas acumuladas nos anos de 2015 e 2016”, afirma Bohn.
As perspectivas, que consideram um quadro de relativa estabilidade no campo político, ainda projetam o câmbio na proporção R$ 3,45/US$ para o final de 2018. “As eleições presidenciais vão gerar grandes incertezas no cenário econômico, causando volatilidade”, pontua. Assim, a campanha eleitoral poderá afetar o desempenho do câmbio, inflação e juros ainda em 2018, e comprometer o crescimento econômico para 2019.