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Relações Internacionais

- Publicada em 10 de Dezembro de 2017 às 21:32

OMC busca avançar nas negociações multilaterais

Paralisação das tratativas entre países preocupa Roberto Azevêdo

Paralisação das tratativas entre países preocupa Roberto Azevêdo


/EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
A Organização Mundial do Comércio (OMC) inaugurou ontem sua 11ª Conferência Ministerial, em Buenos Aires, capital argentina. É a primeira vez que o evento é realizado em um país sul-americano desde a sua criação, em 1995. Nesta edição, que ocorre até quinta-feira, é grande a expectativa para impedir a paralisação das negociações multilaterais entre os 164 membros da OMC e garantir a sobrevivência do órgão que regula o comércio internacional.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) inaugurou ontem sua 11ª Conferência Ministerial, em Buenos Aires, capital argentina. É a primeira vez que o evento é realizado em um país sul-americano desde a sua criação, em 1995. Nesta edição, que ocorre até quinta-feira, é grande a expectativa para impedir a paralisação das negociações multilaterais entre os 164 membros da OMC e garantir a sobrevivência do órgão que regula o comércio internacional.
"A situação é de extrema preocupação", disse o secretário-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, em entrevista antes do início da conferência. "Não vou apontar o dedo (para um país). O que precisamos é de um esforço coletivo para superar os problemas", acrescentou.
O maior obstáculo, no momento, são os Estados Unidos, que bloquearam a nomeação de três dos sete juízes do Órgão de Apelação - uma espécie de Corte Suprema do comércio internacional. Já há algum tempo, o governo norte-americano vem questionando o mecanismo de solução de controvérsias da OMC, especialmente após perder vários processos. Agora, o presidente Donald Trump elevou o tom da crítica e já deixou claro que prefere negociações bilaterais às multilaterais.
Além das questões relativas às negociações, Azevêdo também citou como um dos desafios a serem discutidos na conferência o efeito da evolução da tecnologia na produção industrial, que tem levado ao fechamento de fábricas e redução no número de empregos. Para o secretário-geral da OMC, a solução para esse problema não é o protecionismo.
"Na crise de 2008, os países não ergueram barreiras ao comércio, como no passado, porque a OMC garantia certa estabilidade", disse Azevêdo, referindo-se à Grande Depressão econômica, que teve início em 1929 e durou até a Segunda Guerra Mundial. A solução, argumentou, é avançar na abertura de mercado em outros setores, como comércio eletrônico, ampliação do financiamento e de medidas para integrar melhor pequenas e médias empresas.
Os presidentes do Brasil, Michel Temer; do Uruguai, Tabaré Vasquez; e do Paraguai, Horacio Cartes, viajaram à Argentina para a abertura da conferência da OMC e para um encontro posterior entre os chefes dos quatro países-membros do Mercosul. O bloco regional quer assinar, nos próximos dias, um compromisso político com a União Europeia (UE), com a qual está negociando um acordo de livre comércio.

Diminui o número de medidas restritivas em 2017

A Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que seus países-membros adotaram menos medidas restritivas ao comércio internacional neste ano. Segundo a OMC, o dado é um sinal de "moderação", apesar das "atuais incertezas econômicas".
A análise considera os casos reportados pela organização até outubro e os compara com o mesmo período de 2016. De acordo com o informe, em 2017, os países integrantes da OMC aplicaram mais medidas de facilitação de comércio do que ações restritivas. O volume de comércio influenciado pelas facilitações foi mais de duas vezes maior que o total afetado pelas restrições.
As medidas de facilitação aplicadas durante o período no contexto do Acordo sobre Tecnologia da Informação ampliado abarcaram importações de cerca de
US$ 385 milhões, o equivalente a 2,4% das importações mundiais.