A magia dos contos de fada toma conta do Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n) neste fim de semana. Em quatro apresentações,
Cinderella, o Musical pode ser assistido nesta sexta-feira, às 20h; no sábado, às 16h e às 20h; e no domingo, às 16h. Os ingressos custam entre R$ 50,00 e R$ 120,00, à venda na bilheteria ou pelo
site do teatro.
A adaptação para os palcos brasileiros é a primeira a ser feita fora dos Estados Unidos. A história da gata borralheira ganhou uma versão musical feita especialmente para a TV em 1957. Estrelada por Julie Andrews, a produção é baseada na versão do conto de fadas Cinderella, em especial na versão francesa Cendrillon ou La Petite Pantoufle de Verre, de Charles Perrault. O roteiro e as canções foram escritos por Richard Rodgers e Oscar Hammerstein. A adaptação para a Broadway estreou em 2013, com novo texto de Douglas Carter Beane, e teve nove indicações ao Tony Awards, além de vencer três Dramas Desk.
Quem dirige a montagem é Carlos Bauzys, conhecido por O homem de la mancha, A madrinha embriagada, entre outros espetáculos. Os figurinos de época são de autoria de Carol Lobato - Rogério Falcão é o responsável pela cenografia, e a coreografia fica ao encargo de Alonso Barros. Assistido por mais de 120 mil pessoas, o espetáculo ganhou o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Cenografia e foi indicado a diversos outros prêmios no Brasil.
O elenco é composto por 22 artistas, que se dividem entre atores, cantores e bailarinos, selecionados em audições realizadas em outubro de 2015, no Rio de Janeiro e em São Paulo. No papel-título, a escolhida entre mais de 500 candidatas foi Bianca Tadini, atriz, cantora, dubladora e tradutora formada em teatro musical pela American Musical and Dramatic Academy, de Nova Iorque.
Natural de São Paulo, Bianca já participou de outras montagens, como O mágico de Oz, na qual interpretou a personagem Dorothy; e protagonizou West Side Story, de Jorge Takla, diretor com quem reeditou a parceria em O rei e eu e Evita. Para a atriz, participar do musical é um sonho realizado. "É um espetáculo que eu já gostava muito, que conhecia bem e adorava as canções."
Sobre o príncipe encantado, Bianca comenta a parceria com Bruno Narci, ator que se tornou um grande amigo após atuarem juntos na comédia Vanya e Sonia e Masha e Spike. "A gente tem uma cumplicidade muito legal, a nossa troca é muito bonita em cena, é um prazer enorme estar em cena com ele de novo."
Apesar de gostar tanto de atuar quanto de dançar, Bianca assume que a parte musical é a que mais a toca. A artista, que começou a carreira na adolescência, faz aulas de canto desde os 13 anos, e atualmente mantém uma rotina regrada que inclui exercícios vocais diários e acompanhamento com fonoaudiólogo e otorrinolaringologista.
Além da dedicação pessoal, a atriz relata que o preparo para o espetáculo é bastante complexo. Às duas horas de espetáculo - não raro, com duas sessões por dia e várias na mesma semana - somam-se oito horas diárias de ensaios, realizados seis vezes por semana. "É preciso ter um bom preparo físico para estar tecnicamente muito bem alinhada", conta.
O diferencial do espetáculo, como explica Bianca, é apresentar a Gata Borralheira com uma roupagem moderna, mais independente e determinada, aos moldes dos novos filmes sobre princesas. "Não é a Cinderela que nós estávamos acostumados, ela não fica esperando que o príncipe a salve." A atriz relata que se identifica com a personagem por se tratar de "uma mulher forte e decidida, com voz ativa, que quer mudar o mundo".
A versão mais empoderada da princesa é, para Bianca, importante para o público infantil e para a nova geração de garotas. "As meninas precisam saber desde cedo que elas são, sim, capazes de cuidar da vida delas e enfrentar as dificuldades, que elas podem tudo, assim como os meninos podem." E finaliza: "que nós tenhamos cada vez mais força no mercado de trabalho, na política, em tudo".