Mercosul-União Europeia

Negociado há quase 20 anos, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia que garante condições privilegiadas no acesso aos mercados dos dois blocos deve ser anunciado amanhã, ao final da reunião de Buenos Aires. Os europeus querem ampliar a venda de produtos industrializados. Para os sul-americanos, um ponto prioritário é garantir melhor acesso dos produtos agropecuários.

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), embaixador Roberto Jaguaribe (foto), afirmou que o acordo não irá gerar desindustrialização na economia brasileira conforme pregam alguns. "Essa ideia é falsa. Haverá investimentos recíprocos e uma capacitação maior", disse o embaixador.

Dados divulgados pela Apex-Brasil mostram que o principal destino dos investimentos da União Europeia na América é o Brasil. Os números garantem ao Brasil o segundo lugar no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo a Apex, o País, por sua vez, concentra cerca de 70% dos investimentos europeus na América do Sul em termos de estoque. Os investimentos realizados - cerca de 130 bilhões de euros - deixa o Brasil atrás apenas dos Estados Unidos e à frente da China.

Ao destacar o agronegócio como um setor estratégico, Roberto Jaguaribe criticou a difusão de informações que não corresponde à realidade a imagem difundida sobre o tratamento ao meio ambiente no Brasil. "Assim como eu posso montar o painel de desgraças, que o Greenpeace é campeão de montar, eu poderia montar o painel do paraíso. Nenhum dos dois estaria correto", afirmou. Jaguaribe disse que há um foco nos fatos negativos.

O deputado federal gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM) avaliou como positivo um acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Ele destacou que o Mercosul, no meio do caminho, desandou e não vinha atendendo às necessidades do Brasil. Citou o problema do mercado do vinho, que é uma situação que as empresas brasileiras enfrentam. O parlamentar avaliou que um acordo entre a União Europeia e o Mercosul é positivo, pois dá possibilidades à conquista de novos mercados para os dois blocos e também para o Brasil.