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Cinema

- Publicada em 21 de Dezembro de 2017 às 22:46

Imagens eternas

Hélio Nascimento
Nos últimos anos, os espectadores de cinema têm notado um aperfeiçoamento notável nas condições de projeção das salas exibidoras. Em matéria de luz, contraste e valorização de todos os elementos da imagem houve um salto qualitativo, depois que a película foi substituída pelo DCP. Na verdade, nem todas as salas atualmente dispõem de tal recurso e algumas delas mesmo o utilizando o fazem de maneira pouco satisfatória. Porém, a maioria delas respeita o público e coloca nas telas imagens que valorizam, como em nenhum outro meio acontece, o espetáculo cinematográfico. Os novos métodos de projeção têm permitido a volta à tela apropriada de alguns clássicos, que, infelizmente, são exibidos apenas em único horário. Muitos que têm comparecido a tais sessões tiveram a oportunidade de constatar que provavelmente nem os contemporâneos de tais clássicos os viram como agora eles estão sendo apresentados. Antologias e reedição de filmes não são propriamente uma novidade, pois sempre houve quem se dedicasse a organizar cenas e exibir obras de tempos passados, sem esquecer que as próprias empresas costumavam por vezes reeditar obras de seus acervos. Mas o que Thierry Frémaux, propõe com este Lumière! A aventura começa, é algo original e fascinante, uma homenagem nunca antes feita aos irmãos Louis e Auguste, que em 28 de dezembro de 1895 realizaram aquela que é tida como a primeira sessão cinematográfica da história, depois de terem feito diversos filmes de 50 segundos cada um, entre eles A saída da fábrica, que foi o primeiro deles. As divergências são conhecidas e alguns apontam o alemão Max Skladanowsky com o realizador de uma sessão semelhante, antes dos Lumière. Outro francês, Leon Bouly, não conseguiu registrar o nome cinematógrafo, por ele criado, algo que depois seria feito pelos irmãos. Alguns historiadores citam o inglês Friese Greene e há também o invento de Thomas Alva Edison, cujos filmes só podiam ser vistos por uma pessoa a cada vez. Como as invenções nunca surgem do nada, tais divergências são naturais. Mas o cinema, como hoje se conhece, é devido aos irmãos que ensinaram ao mundo a técnica de vencer a implacabilidade do tempo.
Nos últimos anos, os espectadores de cinema têm notado um aperfeiçoamento notável nas condições de projeção das salas exibidoras. Em matéria de luz, contraste e valorização de todos os elementos da imagem houve um salto qualitativo, depois que a película foi substituída pelo DCP. Na verdade, nem todas as salas atualmente dispõem de tal recurso e algumas delas mesmo o utilizando o fazem de maneira pouco satisfatória. Porém, a maioria delas respeita o público e coloca nas telas imagens que valorizam, como em nenhum outro meio acontece, o espetáculo cinematográfico. Os novos métodos de projeção têm permitido a volta à tela apropriada de alguns clássicos, que, infelizmente, são exibidos apenas em único horário. Muitos que têm comparecido a tais sessões tiveram a oportunidade de constatar que provavelmente nem os contemporâneos de tais clássicos os viram como agora eles estão sendo apresentados. Antologias e reedição de filmes não são propriamente uma novidade, pois sempre houve quem se dedicasse a organizar cenas e exibir obras de tempos passados, sem esquecer que as próprias empresas costumavam por vezes reeditar obras de seus acervos. Mas o que Thierry Frémaux, propõe com este Lumière! A aventura começa, é algo original e fascinante, uma homenagem nunca antes feita aos irmãos Louis e Auguste, que em 28 de dezembro de 1895 realizaram aquela que é tida como a primeira sessão cinematográfica da história, depois de terem feito diversos filmes de 50 segundos cada um, entre eles A saída da fábrica, que foi o primeiro deles. As divergências são conhecidas e alguns apontam o alemão Max Skladanowsky com o realizador de uma sessão semelhante, antes dos Lumière. Outro francês, Leon Bouly, não conseguiu registrar o nome cinematógrafo, por ele criado, algo que depois seria feito pelos irmãos. Alguns historiadores citam o inglês Friese Greene e há também o invento de Thomas Alva Edison, cujos filmes só podiam ser vistos por uma pessoa a cada vez. Como as invenções nunca surgem do nada, tais divergências são naturais. Mas o cinema, como hoje se conhece, é devido aos irmãos que ensinaram ao mundo a técnica de vencer a implacabilidade do tempo.
O primeiro filme por eles realizado, o registro dos trabalhadores saindo da fábrica do pai dos inventores, em Lyon, é um plano fixo que já contém a essência de nossa arte. Estamos diante de uma proposta que depois será seguida por todos os grandes: a de que o cinema nunca deverá se afastar de seres humanos e da realidade que os cerca. Esse pequeno filme não é apenas o começo: é também uma espécie de luz (e o nome dos inventores do cinema é uma bela coincidência) que servirá para iluminar caminhos e indicar direções. O curioso é que depois de tal imagem, os Lumière passaram a realizar um cinema que, de certa maneira, pode ser visto como resultado de um interesse em se aproximar de cada um dos integrantes do primeiro filme. São, de certa maneira, o primeiro plano, algo que só mais tarde seria por outros criado. Aparecem as crianças, o regador, o menino travesso e mais personagens. Mas isso não bastava. Pioneiros, também, dos cinejornais e dos atuais noticiários de televisão, os Lumière enviaram para diversos países os precursores dos cinegrafistas de nossos dias. O mundo começava a ser revelado. Distâncias são encurtadas e pela primeira vez imagens de sociedades distantes adquirem vida e movimento diante de espectadores fascinados.
Encerrando um século, a descoberta dos Lumière é o ponto de partida para um novo tempo. Um tempo que permitiu que todos fossem contemporâneos do nascimento de uma nova arte, algo que poucas vezes antes foi compartilhado e que até hoje nos permite dizer que estamos vendo os primeiros sinais de uma nova forma de expressão. Frémaux encerra seu filme, marcado por apropriada utilização de peças de Camille Saint-Saëns, com o registro da felicidade de uma menina, outra vez a criança, símbolo de um início e algo muito importante para os Lumière. E há também no epílogo uma homenagem a um grande cineasta de nosso tempo, que também se tem dedicado a preservar imagens registradas pelo cinema e a alertar sobre a importância de as mesmas serem para sempre protegidas.
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