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Desenvolvimento

- Publicada em 21 de Dezembro de 2017 às 11:36

União não tem recursos para infraestrutura

Investimentos representam apenas 1,4% do Produto Interno Bruto do Brasil

Investimentos representam apenas 1,4% do Produto Interno Bruto do Brasil


/CNT/DIVULGAÇÃO/JC
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que os recursos da União não são suficientes para resolver todo o déficit que o País tem na área de infraestrutura. Oliveira participou do Fórum Estadão Infraestrutura: Investimentos e Geração de empregos, realizado em São Paulo.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que os recursos da União não são suficientes para resolver todo o déficit que o País tem na área de infraestrutura. Oliveira participou do Fórum Estadão Infraestrutura: Investimentos e Geração de empregos, realizado em São Paulo.
De acordo com o ministro, a estratégia do governo é estimular o investimento privado. Oliveira citou o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que, segundo ele, já trouxe R$ 30 bilhões em outorgas. As concessões feitas até agora representam R$ 69 bilhões de investimento em infraestrutura ou mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), frisou o ministro, acrescentando que os 89 projetos em carteira representam R$ 103 bilhões em investimento.
Oliveira comparou a estimativa do governo de investimento em 2017 com o gasto em Previdência no mesmo período. Segundo ele, o investimento total do governo em 2017 deve ser de R$ 25 bilhões, enquanto o gasto com o Regime Geral da Previdência aumentou R$ 40 bilhões ante 2016, e a despesa total com aposentadoria e pensão subiu a R$ 140 bilhões.
O presidente da Inter.B Consultoria, Claudio Frischtak, concorda com o ministro. Segundo Frischtak, para modernizar a infraestrutura brasileira, é preciso que 4,15% do Produto Interno Bruto seja investido na área por 20 anos. Hoje, segundo ele, os recursos investidos representam apenas 1,4% do PIB.
Para Frischtak, com o Estado brasileiro quebrado, numa situação fiscal dramática, o investimento tem de vir do setor privado. "Neste ano, chegamos ao fundo do poço em termos de investimento em infraestrutura e, possivelmente, também em construção civil."
Por sua vez, o presidente executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, afirmou que o aumento da participação do setor privado nos investimentos, até mesmo por sua natureza, não será suficiente para solucionar os problemas da infraestrutura brasileira. Ele explicou que as empresas seguem a lógica do retorno e não farão aportes em projetos em que não se tenha perspectiva de lucro.
Dados apresentados por Tadini apontam que o investimento em infraestrutura tem de crescer 3% em 2018 apenas para a depreciação de máquinas e equipamentos, mas precisa chegar a 4% para recompor o hiato hoje existente no setor.
Na análise do coordenador de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Armando Castelar, muito mais sério do que investir pouco, o Brasil investe muito mal. "Muito do dinheiro investido em infraestrutura está parado, gerando nada. Os recursos são mal investidos, porque escolhemos mal os projetos, não temos planos de investimento em infraestrutura."
Castelar ainda levantou a questão da falta de sinergia nos projetos de infraestrutura. "Não se estuda como um projeto interage com outros projetos. É tudo feito nas emergências. Há muita interferência política, se escolhem projetos que geram resultados eleitorais, e não os projetos mais importantes."

Crise trouxe oportunidades para setor

O setor de infraestrutura no Brasil foi atingido por um "tsunami" com a crise econômica que assolou o País nos últimos anos e com os esquemas descobertos pela Operação Lava Jato, mas os eventos não são necessariamente negativos. A afirmação foi feita no Fórum Estadão Infraestrutura, realizado em São Paulo, pelo diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri.
Na sua avaliação, o ajuste pode se provar "positivo do ponto de vista de gerar oportunidades e construir novos processos", além de promover maior transparência entre as relações público-privadas. "Neste momento, temos grandes desafios. É necessário rever, revisitar, proporcionar uma profunda autocrítica de como podemos criar uma nova relação público-privada, baseada na integridade e transparência."
A repercussão gerada por crise econômica e investigações anticorrupção impôs melhorias ao setor. "Só é possível transformarmos as antigas práticas, antigos modelos de negócios, se houver um avanço setorial. A boa notícia, que precisa ser comemorada, é que as principais empresas do setor estão se transformando", apontou.
Segundo ele, os mecanismos internos de integridade das empresas evoluíram e adquiriram independência. "As mudanças nas empresas são importantes, mas o mercado precisa mudar."
O presidente do Ethos ainda completou que é preciso modificar a integridade que rege as instituições brasileiras. Segundo Magri, a criação de um novo modelo de relação público-privada baseada na integridade e transparência é um desafio para 2018.

EcoRodovias fecha venda da Elog por R$ 90 milhões

A EcoRodovias Infraestrutura e Logística fechou contrato com a Multilog para vender 100% do capital social da Elog. O valor total do negócio soma R$ 90 milhões, com liquidação em 84 parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas pela atualização do CDI, a partir da data do fechamento. A conclusão da venda, contudo, depende da transferência das quotas do Ecopátio Logística Cubatão (Ecopátio) para a empresa e do pagamento da totalidade da dívida da Elog.
Com essa operação, a companhia venderá todas as unidades operacionais da Elog, que empregam 530 colaboradores diretos e incluem três centros logísticos e industriais aduaneiros, um porto seco, um centro de distribuição e a operação de Transporte Sudeste, exceto o Ecopátio.
A venda da Elog está em linha com a estratégia do Grupo EcoRodovias de dar foco a ativos de concessões rodoviárias. A conclusão da alienação está sujeita ainda à verificação de certas condições precedentes, que incluem a aprovação prévia da Secretaria da Receita Federal do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).