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- Publicada em 23 de Novembro de 2017 às 18:47

PMDB expulsa a senadora Kátia Abreu

Ex-ministra da Agricultura, Kátia apoiou a ex-presidente Dilma Rousseff

Ex-ministra da Agricultura, Kátia apoiou a ex-presidente Dilma Rousseff


/EVARISTO SA/AFP/JC
Suspensa por 60 dias em setembro e ameaçada de expulsão desde o ano passado, quando liderou o movimento anti-impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), a senadora Kátia Abreu foi expulsa, nesta quinta-feira, do PMDB. A decisão foi tomada pela manhã, em reunião do Conselho de Ética do PMDB nacional. O colegiado acompanhou, por unanimidade, parecer pela expulsão da senadora Kátia Abreu e cancelamento de sua filiação partidária. Em nota, o presidente do partido, Romero Jucá (RR), anunciou que o partido acatará de imediato a decisão do Conselho de Ética.
Suspensa por 60 dias em setembro e ameaçada de expulsão desde o ano passado, quando liderou o movimento anti-impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), a senadora Kátia Abreu foi expulsa, nesta quinta-feira, do PMDB. A decisão foi tomada pela manhã, em reunião do Conselho de Ética do PMDB nacional. O colegiado acompanhou, por unanimidade, parecer pela expulsão da senadora Kátia Abreu e cancelamento de sua filiação partidária. Em nota, o presidente do partido, Romero Jucá (RR), anunciou que o partido acatará de imediato a decisão do Conselho de Ética.
"A medida demonstra nova fase de posicionamento do partido", diz Romero Jucá na nota sucinta. Aliado de Kátia e também dissidente da base governista, o senador Roberto Requião (PR) também está na mira do comando do PMDB.
Em setembro, ao ser afastada, Kátia acusou Jucá de ameaçar expulsá-la para intimidar deputados que votariam a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB). Ela estaria negociando sua ida para o PDT, para disputar o governo de Tocantins em 2018.
"Jucá reúne executiva para pedir minha expulsão e de Requião do partido. E a turma da tornozeleira não vai pedir? Vai convidar Cunha e Geddel?", desabafou a senadora do Tocantins, em sua conta nas redes sociais.
Integram a ala dissidente do PMDB, além de Kátia Abreu, os senadores Roberto Requião e o ex-líder Renan Calheiros (AL), que se reaproximou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por questões eleitorais regionais e tem feito duros ataques ao governo de Michel Temer no plenário e nas redes sociais.
Kátia foi ministra da Agricultura de Dilma e se negou a deixar o governo durante o processo de impeachment. Liderou movimento contra o impeachment no Senado como braço direito da presidente cassada e continuou na oposição ao governo de Temer. O pedido de expulsão foi apresentado nessa época e agora acatado.
Em bate-boca público com Jucá, em vídeos pelas redes sociais, Requião reagiu com palavras de baixo calão ao ser informado que o presidente do partido convocaria uma reunião da Executiva para analisar irregularidades nas contas do diretório estadual do PMDB no Paraná, presidido por ele. Requião disse que soltaria seus cachorros em cima de Jucá.
"Romero Jucá, se eu solto meus cachorros atrás de você, vai ser bem mais sério que uma busca da PF ou da Lava Jato", disse Requião.
"Eu não tenho medo de cara feia. Não devo nada. Nem à PF, nem à Lava Jato. Não sou réu em nenhuma ação, diferente do senhor, que é réu em várias ações aí, no Paraná", rebateu Jucá.
 

Presidente do PMDB gaúcho, Alceu Moreira avalia que a medida é correta e comemora

A decisão do Conselho de Ética do PMDB de expulsar a senadora tocantinense Kátia Abreu, que era opositora do governo do presidente e colega de partido Michel Temer, sendo uma das líderes do movimento contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) no Congresso, repercutiu entre líderes da legenda no Rio Grande do Sul.
O presidente do PMDB no Rio Grande do Sul, deputado federal Alceu Moreira, comemorou a decisão do Conselho de Ética do partido. Segundo Moreira, o que levou a senadora ao PMDB foi o relacionamento com a Dilma e o interesse em assumir o Ministério da Agricultura. Antes de ir para o PMDB, Kátia era do DEM e presidia a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Antenor Ferrari, que preside o PMDB em Porto Alegre, diz que não conhece muitos detalhes sobre o processo que levou à expulsão da senadora, mas diz que divergência de ordem política "nunca é motivo de expulsão do PMDB", disse. Segundo Ferrari, o partido tem uma trajetória na qual o conjunto de ideias é abrangente e que se tem uma liberdade para criticar, o que viria da época do MDB, e que "a expulsão de um companheiro é um resquício de autoritarismo que a gente combate".
Ferrari diz que, "sempre que se trata da expulsão de algum companheiro, deve se preservar a liberdade de ação dos companheiros que pensam diferente, mas de alguma forma ou de outra combinem conosco", se posicionando em consonância com a visão de Moreira de que o partido é plural e que a discordância é natural. Mas, segundo Moreira, a situação com Kátia Abreu ia além da mera divergência.