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Política

- Publicada em 22 de Novembro de 2017 às 22:39

Para Cristovam Buarque, parceria privada é o caminho

Senador vê com receio possível candidatura de Luciano Huck

Senador vê com receio possível candidatura de Luciano Huck


/FERNANDO GUIMARÃES/DIVULGAÇÃO/JC
Bruna Suptitz
"O PPS tem que ser o campeão da parceria estatal-privada para servir ao público", defende o senador da sigla pelo Distrito Federal Cristovam Buarque. Para ele, este é o caminho para atender serviços à população, citando a possível privatização da Eletrobras, do ramo de energia, desde que se defina como será regulada a tarifa, por exemplo.
"O PPS tem que ser o campeão da parceria estatal-privada para servir ao público", defende o senador da sigla pelo Distrito Federal Cristovam Buarque. Para ele, este é o caminho para atender serviços à população, citando a possível privatização da Eletrobras, do ramo de energia, desde que se defina como será regulada a tarifa, por exemplo.
Essa deve ser a proposta do partido nas eleições do próximo ano, sustenta o senador, que defende ainda a candidatura de um nome do seu partido para a presidência da República. Na opinião de Cristovam, todos os partidos devem lançar pré-candidatos para, nos próximos meses, avaliarem a possibilidade de coesão em torno de propostas semelhantes.
Em passagem por Porto Alegre ontem, cumprindo agenda do partido com a deputada estadual Any Ortiz, Cristovam conversou com o Jornal do Comércio, durante almoço no Mercado Público, e confirmou ter se colocado à disposição do PPS para disputar uma vaga ao Palácio do Planalto.
Contudo, o presidente do partido, Roberto Freire, e o ministro da Justiça, Raul Jungmann (PPS), estão em tratativa para a filiação do apresentador Luciano Huck, que já manifestou intenção em candidatar-se à presidência. "Não consigo imaginar que alguém que não veio da política possa, de repente, ser a solução", critica Cristovam.
Jornal do Comércio - Que linha política o PPS pretende apresentar numa possível candidatura?
Cristovam Buarque - Defendo a ideia de coesão nacional. Quanto ao rumo, vamos ter que apoiar reformas para que o Brasil se adapte à economia do século XXI. Temos que continuar na defesa da reforma trabalhista, mesmo que isso tire votos, da previdenciária, com objetivo de acabar privilégios e dar sustentabilidade para que sobreviva no longo prazo, e de uma reforma tributária. Mas o vetor fundamental para construir o futuro é a ideia de que o Brasil tem que ser um país com uma das melhores educação no mundo, para todos.
JC - Além das reformas, pensa em outras medidas?
Cristovam - Tem coisa que não é reforma, é programa. O PPS precisa assumir com clareza que vai "publicizar", diferente de privatizar ou estatizar. Sem preconceito com o privado, desde que, além do lucro, sirva ao público. Como o caso da Eletrobras: não vejo nenhum problema em discutir e passar o controle dessa empresa para o setor privado se definirmos bem qual é o marco regulatório, quem vai definir as tarifas, como colocar luz em lugar cuja população não tem dinheiro para pagar...
JC - Acredita que a parceria com a iniciativa privada é um caminho para esse rumo?
Cristovam - É o caminho. O PPS tem que ser o campeão da parceria estatal-privada para servir ao público. Nem gosto da ideia público-privada, porque o estatal hoje não serve ao público no Brasil. Temos que publicizar o Estado. Sou a favor de publicizar nas mãos privadas. Precisamos de uma mentalidade nova. Mudar essa ideia de que o estatal é bom para o povo e o privado é ruim. Pode ser o contrário.
JC - O senhor se coloca à disposição para concorrer ao Planalto?
Cristovam - Nunca o Brasil precisou tanto de uma coesão nacional, pois somos um país em processo de desagregação. E, para ter um presidente da coesão, é preciso um candidato da coesão, que diga como conseguir isso no seu discurso. Não estou vendo isso nos pré-candidatos que estão aí. Me coloco à disposição do meu partido para trazer esse discurso.
JC - Como avalia a possibilidade do ingresso do apresentador Luciano Huck no PPS para se candidatar à presidência?
Cristovam - Acho positivo ver um homem próximo dos 50 anos, realizado na vida, financeiramente e profissionalmente, dizer "quero servir ao meu país". Quanto a se candidatar a presidente é que tenho dúvidas. A maior parte dos políticos que estão aí veio da política, creio que merecem repúdio. Mas não consigo imaginar que alguém que não veio da política possa, de repente, ser a solução. Talvez até seja. Não estou vendo isso ainda na vinda do Huck.
JC - Seja com o seu nome ou com o dele, o certo é que o PPS lança candidatura à presidência?
Cristovam - Defendo que todo partido tem que ter uma candidatura a presidente. Devemos lançar um nome, deixar que os nomes que estão aí debatam e se, mais adiante, se chegar à conclusão que é possível unificar, não teria problema em me retirar para apoiar alguém que mostre, pelas pesquisas e pelo discurso, que tem mais condições.
JC - Pensando em alianças, o que vê como possibilidades?
Cristovam - A Marina Silva (Rede), o Alvaro Dias (Podemos), o Geraldo Alckmin (PSDB)... Surgiu aqui o nome da Manuela d'Ávila (PCdoB), tenho simpatia por ela e pelo partido. Estou citando esses, mas pode haver outros.
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