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Lava Jato

- Publicada em 22 de Novembro de 2017 às 17:12

Sérgio Moro pede 'Plano Real contra corrupção'

Ao discursar na abertura do Congresso Brasileiro de Procuradores Municipais, em Curitiba, o juiz federal Sérgio Moro defendeu uma espécie de "Plano Real" contra a corrupção. Segundo o magistrado, o processo judicial eficiente é "importante e relevante", mas cuida apenas do "aspecto patológico da corrupção". "Precisamos de reformas. Precisamos de um Plano Real contra a corrupção", afirmou Moro, que fez o discurso final do evento.
Ao discursar na abertura do Congresso Brasileiro de Procuradores Municipais, em Curitiba, o juiz federal Sérgio Moro defendeu uma espécie de "Plano Real" contra a corrupção. Segundo o magistrado, o processo judicial eficiente é "importante e relevante", mas cuida apenas do "aspecto patológico da corrupção". "Precisamos de reformas. Precisamos de um Plano Real contra a corrupção", afirmou Moro, que fez o discurso final do evento.
Bastante aplaudido, o juiz fez, durante quase uma hora de fala, um resumo da Operação Lava Jato e de todo o esquema de pagamento de propinas na Petrobras e em suas subsidiárias. Sem citar nomes de réus e salientando que falaria apenas de casos julgados, Moro afirmou que a corrupção era a "regra do jogo" na relação entre a estatal, seus diretores, agentes políticos e as empresas.
Para Moro, a corrupção não é um "problema invencível" e a Operação Lava Jato significa uma "janela de oportunidade". O juiz afirmou que a sociedade brasileira já enfrentou problemas complexos anteriormente e conseguiu avançar. Ele citou a redemocratização dos anos 1980, o combate à inflação nos anos 1990 e a mitigação da pobreza e desigualdade nas últimas décadas. "Esses exemplos de enfrentamento revelam que a corrupção também pode ser superada."
Para tanto, segundo Moro, não pode "haver retrocesso". Segundo o juiz, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o réu deve começar a cumprir a pena a partir de decisão de segunda instância é um "ponto que deveria ser considerado como de não retorno", disse.
Moro defendeu ainda o fim ou a diminuição da abrangência do foro privilegiado. "Para o juiz, os tribunais superiores como o STF e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não são "vocacionados para o julgamento de ações criminais e sim para o julgamento de recursos". "Por maior que seja a boa vontade dos ministros do STF e do STJ, funcionam como um escudo contra a efetiva responsabilização de detentores de foro privilegiado que se envolvem em casos de corrupção."

Juiz é alvo de vaias por parte da plateia de procuradores

Aplaudido pela maioria, o juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, também foi alvo de vaias de procuradores municipais, em Curitiba. Segundo informações do site Paraná Portal, quando o nome de Moro foi confirmado para o evento, 72 procuradores encaminharam nota ao presidente da entidade de classe, Carlos Mourão, para manifestar descontentamento.
O grupo de procuradores que organizou o protesto deixou o local quando Moro iniciou a palestra. Em meio a aplausos de participantes que, de pé, saudaram Moro, foi possível ouvir algumas vaias.
Moro não demonstrou preocupação. A amigos, ele comentou que uns poucos manifestantes o vaiaram e que tal conduta faz parte da democracia.