O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está declaradamente em campo para conseguir aprovar a reforma da Previdência, tema que pode ir à votação até dezembro. De passagem por Porto Alegre, onde participou do evento Brasil de Ideias, da Revista Voto, Maia afirmou que quer aprovar a reforma este ano. "A reforma é a salvação do Brasil", defendeu o presidente da Câmara.
“Apesar do exagero (de dizerem que o deputado o líder nessa empreitada), assumo a responsabilidade. Não tenho nenhum problema, mesmo sabendo de toda a dificuldade e da falta de votos que temos”, observou aos jornalistas. O discurso deve seguir o que ele repetiu tanto à plateia de empresários e lideranças políticas gaúchas como a jornalistas, de que a reforma "vai acabar com a transferência de renda injusta, de quem ganha menos para quem ganha mais".
“Os mais pobres se aposentam com 65 anos, e os que ganham mais se aposentam com 55 e 56 anos”, citou. Maia espera que a proposta a ser aprovada mantenha 50% do original enviado pelo governo.
Na articulação para conseguir votos na Câmara, Maia marcou reunião da base de deputados em sua residência na noite de quarta–feira (22), em Brasília. Ele chamou economistas próximos e que não estão no governo para explicar as medidas aos parlamentares. “Espero que eles nos ajudem a convencer os deputados da importância de acabar com a grande injustiça sobre o sistema", observou.
Questionado sobre qual reforma seria tratada no encontro, se a da Previdência ou a ministerial de Michel Temer, que é esperada e já começou, ele afirmou: “A da Previdência, acho que a ministerial sai antes.” A reunião pode pavimentar o começo da busca por apoios, pois Maia admitiu que hoje não tem votos suficientes para aprovar as mudanças. O presidente da Câmara apontou falhas na comunicação sobre a matéria “por todos nós que a defendemos” e que seriam fatores para as dificuldades no Congresso.
"Ela foi muito criticada com informações que não são verdadeiras e que não fazem sentido. Mas, para que não seja necessário cortar salários e aposentadorias no futuro, precisamos, de forma urgente, fazer a reforma da previdência.” Maia negou várias vezes qualquer relação da aprovação da reforma com a mudança em ministérios. “Não tem ninguém aqui garantindo os votos para a previdência.” Maia diz que vai trabalhar pela aprovação e que “o prazo é curto”.