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Política

- Publicada em 07 de Novembro de 2017 às 18:28

Procuradora é contra PEC que dá autonomia para PF

Dodge avalia que texto pode fazer surgir 'um quinto poder' no País

Dodge avalia que texto pode fazer surgir 'um quinto poder' no País


/CARLOS MOURA/SCO/STF/JC
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, manifestou-se ontem contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 412/09, que pretende dar autonomia funcional e administrativa à Polícia Federal (PF), órgão atualmente subordinado ao Ministério da Justiça.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, manifestou-se ontem contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 412/09, que pretende dar autonomia funcional e administrativa à Polícia Federal (PF), órgão atualmente subordinado ao Ministério da Justiça.
Ontem, o Conselho Superior do Ministério Público Federal aprovou o envio de uma comunicação à Câmara dos Deputados em desaprovação à proposta. Para Dodge, há "uma situação clara em que um quinto poder ressurgiria desse modelo constitucional se essa PEC vier a ser aprovada, um modelo em que um desses poderes teria a força, e certamente a força armada".
Dodge afirmou que a autonomia da PF teria o potencial de ameaçar o próprio Estado Democrático de Direito como conhecido no Brasil.
"A proposta, como enfatizado aqui (no Conselho), tem essa gravidade de alterar o modelo do Estado que temos. Parece simples a fórmula de autonomia funcional e administrativa, mas ela atinge o que há de mais essencial no modelo de separação de Poderes e no modelo de freios e contrapesos", disse a procuradora-geral da República durante a sessão do Conselho do Ministério Público Federal.
A PEC 412/09 tem dividido opiniões ao longo dos anos, mas a defesa por sua aprovação ganhou impulso desde o início da Operação Lava Jato. O relator da proposta na Câmara, deputado João Campos (PRB-GO), apresentou parecer favorável à sua aprovação, argumentando que o Ministério Público e a Defensoria Pública já possuem a mesma autonomia pleiteada para a PF. "Logo, garantir a autonomia funcional, administrativa e orçamentária à Polícia Federal significa dar tratamento paritário a essa instituição", escreveu o deputado em seu parecer.
O projeto tem origem em uma iniciativa da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), com a justificativa de afastar interferências políticas e garantir a autonomia de investigações.
Outras categorias de servidores da PF - como papiloscopistas - criticam a PEC, que dizem promover uma falsa autonomia ao órgão, atendendo a demandas específicas da classe dos delegados, aumentando o poder desses sobre as demais carreiras.
Atualmente, o parecer do deputado João Campos pela aprovação da PEC 412 encontra-se pronto para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
 
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