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Opinião

- Publicada em 13 de Novembro de 2017 às 16:20

Outro drama no campo

A ovinocultura no Sul estava reagindo bem até 2014, início de 2015, com o mercado acenando com melhores preços para a carne e lã e os programas de incentivo à atividade, financiamentos bancários para aquisição de reprodutores, animando. Em virtude do maior poder aquisitivo do povão, a carne ovina estava ganhando espaço na mesa do brasileiro.
A ovinocultura no Sul estava reagindo bem até 2014, início de 2015, com o mercado acenando com melhores preços para a carne e lã e os programas de incentivo à atividade, financiamentos bancários para aquisição de reprodutores, animando. Em virtude do maior poder aquisitivo do povão, a carne ovina estava ganhando espaço na mesa do brasileiro.
Mas em 2016 a coisa começou a ficar feia. Não bastasse a queda do dólar, baixando o preço da lã e, consequentemente, o preço ao produtor (vamos lembrar que grande parte da produção laneira brasileira é exportada), as traquinagens chuvosas de Niños & Niñas fizeram a verminose sair do controle dos produtores. Com calor e umidade concomitantes, nada era suficiente para frear a sanha parasitária - principalmente do complicadinho Haemonchus sp. - que assolou com inclemência os rebanhos daqui. Nem troca de potreiros, nem troca de princípios ativos do anti-helmíntico, nada parecia devolver a tranquilidade sanitária a rebanhos e produtores; até mesmo quem podia se dar ao luxo de separar a criação de bovinos da de ovinos, sofreu na carne - e na lã - o efeito da superpopulação de vermes: usinas produtoras de proteína que são, os ovinos, espoliados por parasitas gastrointestinais e acossados por manqueiras e frieiras graças à umidade alta e constante do campo, pediram água (ou a falta dela, na situação em questão) e limitaram a produção de proteína a níveis de sobrevivência. Ou seja, ovelhas sofriam para conceber, cordeiros magros, baixa produção de lã, lã muito leve na balança, pela lavagem constante da chuva. Em 2014, o preço da lã da ovelha duplo propósito (carne e lã) animou, estávamos todos felizes com a expectativa de reviver aqueles dias gloriosos, quando se sustentava uma fazenda o ano inteiro só com a venda da lã e valia a pena ter milhares de cabeças; em 2015, o preço foi apenas razoável; em 2016, um desastre. 2017 está melhor apenas para quem nunca descuidou da qualidade da lã, mesmo combatendo bravamente os desmandos de São Pedro. O efeito de tanta maldade já se sente por essas bandas. Tem pecuarista reduzindo o rebanho de novo, até mesmo liquidando tudo. E ainda temos que aguentar a Rússia querendo exportar picanha bovina para o Brasil.
MSc, veterinária e criadora
 
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