Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

américa do sul

- Publicada em 19 de Novembro de 2017 às 17:16

Boca de urna indica segundo turno em eleição presidencial do Chile

Boca de urna já apontava votação de Piñera menor que a prevista

Boca de urna já apontava votação de Piñera menor que a prevista


MARTIN BERNETTI/AFP/JC
Resultados de boca de urna indicam que haverá segundo turno na eleição presidencial do Chile entre o ex-presidente de centro-direita, o empresário e economista Sebastián Piñera, de 67 anos, e o senador de centro-esquerda, o jornalista Alejandro Guillier, de 64 anos. O pleito deste domingo, o sétimo desde o retorno da democracia, em 1990, ficou marcado como o primeiro em que a coalização de centro-esquerda - que elegeu a presidente Michelle Bachelet - enfrenta dividida.
Resultados de boca de urna indicam que haverá segundo turno na eleição presidencial do Chile entre o ex-presidente de centro-direita, o empresário e economista Sebastián Piñera, de 67 anos, e o senador de centro-esquerda, o jornalista Alejandro Guillier, de 64 anos. O pleito deste domingo, o sétimo desde o retorno da democracia, em 1990, ficou marcado como o primeiro em que a coalização de centro-esquerda - que elegeu a presidente Michelle Bachelet - enfrenta dividida.
Segundo a pesquisa da Rádio Bio Bio, Piñera teria tido uma votação muito abaixo da prevista nas pesquisas, de 36% (se projetavam 45%), seguido de Guillier, com 23%. Em terceiro lugar, com uma votação acima do esperado, vinha a jornalista Beatriz Sanchez, de 46 anos, da nova aliança de esquerda, a Frente Ampla, com 19%.
Às 19h30min locais (20h30min de Brasília), os resultados oficiais, com uma amostra ainda pequena, de 22,78%, mostravam a mesma tendência. Piñera na frente, com 36,6%, seguido de Guillier, 22,5%, e Beatriz com 20,40%. Porém, o número de votos apurados ainda não era suficiente para definir um padrão irreversível.
Os números divulgados até a publicação deste texto são surpreendentes com relação às pesquisas e sugerem que, com uma aliança entre Guillier e Sánchez, seria possível vencer Piñera.
Os chilenos também votaram para eleger 155 deputados e 23 senadores. A participação ficou dentro do esperado, com apenas 43% de eleitores comparecendo às urnas – cerca de 14,3 milhões de chilenos estão aptos para votar. Na eleição de 2013, a participação eleitoral havia sido de 51%. O Chile é o quarto país do mundo com maior índice de abstenções. Se confirmado o segundo turno, a votação será realizada em 17 de dezembro.
Piñera votou às 10h (11h em Brasília), em um colégio de Las Condes, bairro nobre de Santiago. Ao sair, falou com jornalistas. "Hoje vamos tomar uma decisão que mudará nossas vidas por muitas décadas e determinará os caminhos que queremos seguir. Agora vamos esperar os resultados e, a partir de março (quando o candidato eleito assume), vamos precisar da unidade de todos os chilenos", declarou.
Guillier depositou seu voto na urna em Antofagasta, onde é senador, às 11h (meio-dia no Brasil). O colégio a que compareceu estava cheio de apoiadores, a quem distribuiu cumprimentos e selfies. "Espero que um segundo turno seja propício para armar acordos que deem unidade ao país e assegurem a governabilidade. Vamos esperar os resultados e respeita-los, como deve ser", disse.
Bachelet, que concluiu seu primeiro mandato em 2010 com um índice de aprovação de 80%, deixará o governo em março e conta atualmente com 32% de popularidade. Uma das razões foi o desempenho da economia, afetada pela queda do preço do cobre, principal produto de exportação chileno. Ao votar pela manhã em um colégio do bairro de La Reina, fez um pedido para que os chilenos compareçam às urnas, tentando reverter a tendência de alta abstenção (44%).
A presidente - que foi eleita pela revista Forbes como a quarta mulher mais poderosa do mundo - legalizou o casamento gay (em um pais onde ser homossexual era crime até 1999) e o aborto (em casos de estupro, risco de morte da mãe e inviabilidade do feto). Ela promoveu uma reforma educativa, para ampliar o acesso gratuito a colégios e universidades, e uma reforma tributária, que aumentou os impostos das grandes empresas.

Corte Suprema condena primeiro civil por crimes durante a ditadura de Pinochet

A Corte Suprema do Chile confirmou, na sexta-feira, a sentença de 20 anos de prisão para Juan Luzoro Montenegro, ex-presidente de uma associação patronal de empresas de caminhões, acusado de quatro homicídios cometidos em 18 de setembro de 1973. Ou seja, sete dias após o golpe militar que derrubou o então presidente socialista Salvador Allende, dando início à ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). Foi a primeira condenação de um civil no Chile por crime de abuso de direitos humanos cometidos durante o regime.
Segundo o advogado das vítimas, Nelson Caucoto, Montenegro era "o chefe dos civis que, no interior do Paine (província de Maipo), se organizaram junto à polícia local para exercer a repressão".
A condenação já havia sido emitida em 31 de março, por uma juíza local, mas o réu apelou, e o caso foi parar na Corte Suprema, que apenas ratificou a decisão inicial. Além da pena de prisão, a corte condenou, ainda, o Estado chileno a pagar uma indenização aos familiares das vítimas.
Oficialmente, foram mortos durante a ditadura 3.200 chilenos em mãos do Estado. Destes, 1.192 seguem desaparecidos, enquanto 33 mil foram torturados.