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Segurança pública

- Publicada em 16 de Novembro de 2017 às 22:37

Desafio da Brigada é a prevenção de crimes

Segundo Dal'Lago, investimento em prevenção deve ter mais espaço

Segundo Dal'Lago, investimento em prevenção deve ter mais espaço


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Criada em 1837, a Brigada Militar (BM) completará 180 anos de existência neste sábado, dia 18 de novembro. A corporação foi instituída em meio à Revolução Farroupilha, com finalidades bélicas, e passou a ser usada para fins de estabelecer a ordem pública nos anos de 1950. Em 2015, diante da crise financeira do governo do Estado, passou a enfrentar o desafio de combater a violência crescente nas ruas com recursos reduzidos. Nesse contexto, tem apostado em gestão do efetivo e da verba disponíveis, enquanto prioriza saúde e educação dos policiais militares (PMs).
Criada em 1837, a Brigada Militar (BM) completará 180 anos de existência neste sábado, dia 18 de novembro. A corporação foi instituída em meio à Revolução Farroupilha, com finalidades bélicas, e passou a ser usada para fins de estabelecer a ordem pública nos anos de 1950. Em 2015, diante da crise financeira do governo do Estado, passou a enfrentar o desafio de combater a violência crescente nas ruas com recursos reduzidos. Nesse contexto, tem apostado em gestão do efetivo e da verba disponíveis, enquanto prioriza saúde e educação dos policiais militares (PMs).
Segundo o comandante-geral da BM, coronel Andreis Dal'Lago, o aumento da violência no Rio Grande do Sul é fruto do crescimento na criminalidade em São Paulo, anos atrás, que agora se deslocou para outras regiões metropolitanas. "Por isso, criamos a Operação Avante, que dá cientificidade para a gestão", explica.
Dal'Lago lembra que o efetivo existente representa pouco mais da metade dos 37.050 previstos em lei, e que o processo de separação da Brigada Militar do Corpo de Bombeiros fez reduzir ainda mais os números. Por esse motivo, o comando-geral optou por fazer uma gestão de resultados, na qual todas as ações devem visar à queda nos índices de violência. "Recebemos muitas críticas por chamar para a Capital os PMs do Interior, mas 75% dos crimes ocorrem na Região Metropolitana e em Caxias do Sul, e tivemos resultados satisfatórios com isso", destaca.
Outro desafio, hoje, é trabalhar na prevenção, e não apenas na repressão qualificada. O comandante-geral aponta que a polícia japonesa, por exemplo, atua 90% na prevenção e 10% na repressão, enquanto a BM tem 95% de suas ações ligadas à repressão e 5% à prevenção.
Entre as atividades preventivas está o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), executado em escolas. Outra é a Patrulha Maria da Penha, na qual PMs monitoram se as medidas protetivas contra violência doméstica estão sendo cumpridas. "O resultado é uma confiança maior das mulheres no poder público. O crime doméstico é oculto, dificilmente chega ao conhecimento do Estado, e o número de denúncias tem aumentado", revela.
Da mesma forma, tem se investido em policiamento comunitário, com núcleos de PMs que residem na região onde trabalham, bases móveis comunitárias em regiões de vulnerabilidade social e bases fixas em locais onde há outros tipos de serviços públicos, como escolas ou postos de saúde, a fim de garantir que os servidores consigam atuar nos locais. "Tudo isso é para estancar uma bola de neve que só aumenta, de perder nossos jovens para as drogas", esclarece Dal'Lago.

Atuação de 24 novos médicos em todo o Estado pretende qualificar o atendimento a policiais

Na área da saúde, o atendimento aos PMs tem recebido investimento desde o ano passado, quando o Hospital da Brigada Militar passou a atender, além da corporação, os segurados do plano de saúde do Instituto de Previdência do Estado (IPE-Saúde). Um novo centro clínico com 24 consultórios foi inaugurado em setembro. "O PM está sempre em situações de estresse, pois não é da natureza humana carregar uma arma e atirar em alguém. Por isso, apostamos na saúde biopsicossocial, para que nosso policial não perca a cabeça", conta o comandante-geral. O hospital deve ampliar seus 90 leitos de UTI para 150.
Na semana que vem, 24 novos médicos passarão a atuar no Estado. Além disso, um projeto de lei elaborado pelo comando-geral prevê a contratação de oficiais temporários para os setores de saúde e saúde mental. "Hoje, temos um custo alto com terceirizados que prestam esses serviços. Com a contratação temporária, o custo cairá pela metade", relata Dal'Lago. Atualmente, são 22 terceirizados em serviço. O tempo de serviço contratual será de até quatro anos. O projeto está em análise pela Casa Civil gaúcha e será encaminhado à Assembleia Legislativa no próximo pacote de propostas que o governo enviar à Casa.
Em relação aos investimentos em educação, a BM tem promovido formações em pós-graduação - especializações, mestrados e doutorados profissionalizantes. Na semana que vem, uma turma de PMs tecnólogos se formará. Para 2018, está prevista a abertura de uma turma de mestrado profissionalizante. "Dando formação, esperamos dar efetividade à corporação", afirma.