Júlia Fernandes

A iniciativa é do Instituto Villaget, que apoia jovens do Vale dos Sinos

Loja vende calçados com material reciclado

Júlia Fernandes

A iniciativa é do Instituto Villaget, que apoia jovens do Vale dos Sinos

Foi inaugurada, em novembro, a loja da Villaget, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. E não se trata apenas de mais uma marca de calçados de Novo Hamburgo. O negócio é fruto de um projeto social, com tênis fabricados a partir de material reciclado.
Foi inaugurada, em novembro, a loja da Villaget, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. E não se trata apenas de mais uma marca de calçados de Novo Hamburgo. O negócio é fruto de um projeto social, com tênis fabricados a partir de material reciclado.
Tudo começou a partir do Instituto Villaget, que em 2018 completa 15 anos. A organização funciona desde 2003 com o objetivo principal de inclusão de jovens da comunidade Vila Getúlio Vargas. São atendidos 50 adolescentes por dia, oferecendo auxílio educacional e oportunidade para iniciação da vida profissional. Mário Pereira, 45 anos, designer e sociólogo, está por trás da iniciativa. "Eu sou designer, tenho um escritório. Me apaixonei pela história deles. Tenho um pé no mercado e um pé nas causas sociais", diz ele. Os calçados têm um valor único de R$ 80,00.
A instituição começou de maneira voluntária, com amigos e pessoas da redondeza da Vila Getúlio Vargas produzindo sopas e brechós comunitários. Mário queria tirar as crianças da rua e fazer com que ocupassem o tempo ocioso.
Os cursos oferecidos aos adolescentes de 14 a 18 anos não têm relação com a produção dos tênis vendidos, produzidos por pequenas fábricas do município. "Eles não recebem salário, são aprendizes. O nosso objetivo é colocar um sonho no coração deles, de ser um modelista, de ter o seu próprio ofício, de pensar no futuro", comenta o sociólogo. Indiara Martins, 25 anos, trabalha com a parte assistencial da instituição, e por isso é remunerada, como qualquer outro negócio rotulado como empreendedorismo social. "O lucro que temos é reinvestido e se faz em impacto social", explica Mário.
A variedade de cores e estampas dos tênis chamam atenção. "Nós queremos ser a Havaianas da moda sustentável. Queremos que a senhora que costura, que presta algum serviço para fabricação desses tênis, lá na vila, possa consumir." E, a partir desta afirmação, Mário traz o debate da democratização do consumo, menos elitizada.
Os produtos já eram vendidos em feiras da Capital, e em uma loja física própria em Florianópolis, Santa Catarina. Uma terceira abriu em Canasvieiras. São fabricados 500 pares por mês.
MARCO QUINTANA/JC
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