Com Pelé e Maradona na mesma sala, a Fifa quer transformar o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2018 em uma demonstração de que superou as suas crises e divisões, e ainda pretende abafar a proliferação de denúncias de corrupção vindas dos tribunais de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Para isso, contará com a ajuda de Vladimir Putin, presidente da Rússia, que garantiu uma blindagem total aos dirigentes, assim como um volume inédito de recursos públicos para um Mundial de futebol.
O pontapé inicial do torneio será o sorteio das chaves, realizado no suntuoso Palácio do Kremlin nesta sexta-feira, às 13h (de Brasília). Seu resultado irá traçar o caminho que pode levar o Brasil ao hexacampeonato mundial. Além dos adversários, o sorteio também definirá por quantas cidades a seleção terá de viajar.
O Brasil, porém, será um dos poucos classificados para o Mundial sem a presença do presidente de sua federação na cerimônia. Marco Polo Del Nero, indiciado nos EUA, optou por não viajar.
Já na primeira fase, a seleção canarinho pode pegar equipes fortes, como Espanha ou Inglaterra, e, dependendo da chave em que cair, cruzamentos perigosos com outras potências. Mas se é o sorteio que determinará os rumos de cada seleção, os organizadores tomaram todas as medidas para garantir que o evento seja uma demonstração de força, tanto da Fifa como da Rússia.
Na tribuna de honra do Kremlin, outros 6 mil convidados da elite do país, ministros e Putin acompanharão o evento, vitrine da Rússia para o mundo. Para isso, não houve economia. No total, a Copa custará US$ 10,8 bilhões (R$ 35,4 bilhões), um recorde absoluto. No Brasil, o País destinou R$ 27,1 bilhões ao torneio de 2014.