A Oi, em recuperação judicial, obteve lucro líquido consolidado de R$ 8 milhões no terceiro trimestre de 2017, revertendo o prejuízo de R$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2016. Esse é o primeiro lucro reportado pela tele desde o fim de 2015.
O retorno para o azul decorreu da valorização do real frente ao dólar nesse período, uma vez que as dívidas em moeda estrangeira (cerca de US$ 10 bilhões) correspondem a quase metade da dívida bruta.
Com a oscilação do câmbio, o resultado financeiro da Oi gerou uma receita de R$ 45 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante uma despesa de R$ 1,7 bilhão um ano antes. O câmbio tem causado forte impacto a cada trimestre no balanço da companhia, que desmontou as operações de hedge desde que entrou em recuperação, na metade do ano passado. O efeito do câmbio, entretanto, não teve impactos no caixa da operadora.
Considerando apenas as operações da Oi no Brasil, o lucro líquido no terceiro trimestre de 2017 chegou a R$ 218 milhões, ante R$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2016. A Oi é dona de uma fatia de 25% da Unitel, operadora de Angola. O ativo está à venda por US$ 1,3 bilhão. Com a desvalorização do dólar frente ao real, o câmbio gerou um efeito negativo no valor de mercado do ativo e no resultado líquido consolidado do grupo.
No campo operacional, a Oi ainda permaneceu impactada. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente consolidado somou R$ 1,605 bilhão, queda de 2,4% na comparação anual. A margem Ebitda foi a 26,9%, baixa de 0,8 ponto percentual. A receita líquida totalizou R$ 5,964 bilhões, uma retração de 6,7%.