Bolsas da Europa são pressionadas por dúvidas sobre reforma tributária de Trump

Novas preocupações sobre o avanço da reforma tributária nos EUA pressionam os negócios das bolsas europeias nesta manhã. Também no radar de investidores na Europa, contudo, estão balanços corporativos e indicadores macroeconômicos locais.

Incertezas sobre a capacidade do presidente Donald Trump de aprovar mudanças na legislação tributária ressurgiram ontem, após republicanos do Senado apresentarem um plano tributário diferente do que havia sido anunciado na semana passada por deputados republicanos. Pela proposta dos senadores, o muito aguardado corte nos impostos de empresas ficaria só para 2019.

Diante da perspectiva de que os EUA demorem mais para reduzir impostos, ficaram em segundo plano notícias positivas da economia britânica e da temporada de balanços.

No Reino Unido, a produção industrial cresceu 0,7% em setembro ante o mês anterior e teve alta de 2,5% na comparação anual, segundo dados oficiais divulgados hoje, superando projeções de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. Persistem, no entanto, dúvidas sobre as negociações do governo britânico para a retirada do país da União Europeia (o chamado Brexit). Ontem, o principal negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier, voltou a advertir o Reino Unido que está chegando a hora para que Londres esclareça sua posição sobres aspectos do divórcio.

Entre resultados trimestrais revelados na Europa, destacam-se os da ArcelorMittal e da Telecom Italia, controladora da TIM Brasil. A maior siderúrgica do mundo teve lucro líquido de US$ 1,21 bilhão entre julho e setembro, quase o dobro do que obteve em igual período do ano passado e bem acima do consenso apurado pela FactSet. Já a companhia de telecomunicações italiana divulgou queda anual de 8,4% no lucro do terceiro trimestre, mas ligeiro avanço na receita.

Em Amsterdã, o papel da ArcelorMittal subia quase 3%, enquanto em Milão, a ação da Telecom Italia avançava em torno de 1,7%.

Os principais índices acionários europeus, no entanto, exibiam perdas generalizadas às 8h15min (de Brasília). O FTSE-100 caía 0,30% em Londres, enquanto o PCAC-40 cedia 0,42% em Paris e o DAX-30 tinha queda de 0,31% em Frankfurt. As bolsas de Madri, Milão e Lisboa, por sua vez recuavam 0,42%, 0,26% e 0,50%, respectivamente. No mesmo horário, o euro se fortalecia, a US$ 1,1654, e a libra seguia a mesma direção, cotada a US$ 1,3154 e ampliando ganhos após o dado da indústria britânica.