O incremento de 12% no custo do Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP), praticado pela Petrobras na semana passada, implicará uma série de problemas quanto à continuidade de obras em rodovias no País. O alerta é feito pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em geral no Estado do Rio Grande do Sul (Sicepot-RS), Ricardo Portella.
"Isso afeta toda e qualquer obra de construção (de estradas), de restauração ou de conservação no Brasil inteiro, e algumas delas ficam inviáveis", adverte o empresário. Dependendo do tipo de cimento asfáltico, a tonelada do produto chegou ao patamar de R$ 2,1 mil, diz Portella. O dirigente enfatiza que, para os dias atuais, esse aumento é muito elevado. De acordo com o presidente do Sicepot-RS, o reajuste destoou do preço internacional, e um agravante é que a Petrobras é a única fabricante de CAP no Brasil.
Portella diz que a alternativa de importar o produto é complicada, pois demanda uma logística complexa, com autorização especial dos portos e a necessidade do uso de tanques. A maior parte do volume do cimento asfáltico de petróleo que é utilizado no Rio Grande do Sul é proveniente da refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas. Uma quantidade menor também pode vir da unidade da Petrobras localizada no Paraná (Repar).
O integrante do Sicepot-RS diz que a Petrobras não justificou o motivo da elevação. Procurada pelo Jornal do Comércio, a estatal respondeu, através de nota, que "o reajuste obedeceu à política de preços da companhia para o produto e é explicado pela variação das cotações internacionais do derivado e pela depreciação do real frente ao dólar".