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Cultura

- Publicada em 29 de Novembro de 2017 às 08:16

Instituto Ling sedia primeira exposição póstuma de Sérvulo Esmeraldo

Mostra apresenta trajetória de cearense, que experimentou diferentes linguagens artísticas

Mostra apresenta trajetória de cearense, que experimentou diferentes linguagens artísticas


FREDY VIEIRA/JC
Michele Rolim
O artista cearense Sérvulo Esmeraldo (1929-2017) ganha sua primeira exposição póstuma, PulsationsPulsações - Do arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo. A mostra está aberta para visitação no Instituto Ling (João Caetano, 440) e apresenta uma trajetória que experimentou diferentes linguagens artísticas. São desenhos, gravuras, pinturas, colagens, esculturas e objetos cinéticos. Para o curador, Ricardo Resende, é possível situar a obra do artista em dois momentos ou etapas de criação - o momento em que viveu na França e o que viveu em Fortaleza, no Ceará. O recorte proposto é do período em que o artista esteve na França (1957-1980), onde desembarcou aos 27 anos. "A obra de Esmeraldo tem uma construção linear, sem interrupções ou gestos abruptos que quebrem essa linearidade criativa ao longo desses quase 70 anos de carreira", comenta Resende.
O artista cearense Sérvulo Esmeraldo (1929-2017) ganha sua primeira exposição póstuma, PulsationsPulsações - Do arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo. A mostra está aberta para visitação no Instituto Ling (João Caetano, 440) e apresenta uma trajetória que experimentou diferentes linguagens artísticas. São desenhos, gravuras, pinturas, colagens, esculturas e objetos cinéticos. Para o curador, Ricardo Resende, é possível situar a obra do artista em dois momentos ou etapas de criação - o momento em que viveu na França e o que viveu em Fortaleza, no Ceará. O recorte proposto é do período em que o artista esteve na França (1957-1980), onde desembarcou aos 27 anos. "A obra de Esmeraldo tem uma construção linear, sem interrupções ou gestos abruptos que quebrem essa linearidade criativa ao longo desses quase 70 anos de carreira", comenta Resende.
No entanto, para o curador, o período europeu representa a parte mais experimental, em que o artista fez desenho, gravura e esculturas, ou seja, explorou a topologia das coisas e formas, dando destaque à coleção Excitáveis. Ao total, nesta mostra, são 84 peças - entre gravuras, matrizes, desenhos, estudos, relevos, maquetes, instalações, documentos e fotografias - que fazem parte do arquivo do Instituto de Arte Contemporânea (IAC) de São Paulo.

Ricardo Resende assina a curadoria da exposição. Foto: Fredy Vieira/JC

PulsationsPulsações joga luz sobre o processo criativo do artista em seus primeiros anos na França, uma fase de aprendizado, de iniciação nas técnicas da gravura em metal e litografia. Contempla, portanto, os desenhos e as gravuras em metal que compõem esse período europeu, sob a influência do abstracionismo lírico que vigorava na capital francesa naquele momento, que seria uma resposta à Action Painting nova-iorquina. É acompanhada, ainda, de uma seleção de esculturas e de duas pinturas posteriores a essa fase, quando explorou a topologia das formas.
Este arquivo documental e de acervo de Esmeraldo ficou guardado por cerca de 40 anos no ateliê do artista e amigo argentino Júlio Le Parc, em Paris. Segundo o curador, o material permite mostrar que, por trás do artista, existia um pensador comprometido com a pesquisa das linguagens artísticas. "Os arquivos são fonte inesgotável de informações, de experiências e vivências do fazer criativo. Guardam o processo da obra, e, com ele, é possível conhecer o pensamento do artista", afirma Resende em seu texto curatorial. A mostra no Instituto Ling também tem origem na exposição O arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo, realizada em 2014, no IAC.
Segundo Resende, Esmeraldo se formou no convívio com outros artistas. "Desse convívio, troca de ideias e de conhecimento é que criou sua poética, que, em meio à arte abstrata, se destaca por sua originalidade e sofisticação no uso da cor e das formas. Convívio definitivo para sua formação intelectual e estético", afirma o curador. Portanto, para entendê-lo, é preciso observar os artistas com quem Esmeraldo conviveu, como Vicente do Rego Monteiro, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Franz Krajcberg, Arthur Luiz Piza, Flávio Shiró e Rossini Perez. "Esmeraldo deixou como legado a sua contribuição imprescindível no que tange à arte geométrica no País. Não pertenceu ao grupo dos concretos e neoconcretos, período que coincide com sua residência na França, mas, ainda assim, é fundamental para se pensar o abstracionismo geométrico e a arte cinética."
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