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- Publicada em 09 de Novembro de 2017 às 22:49

Só nos resta viver

Detalhe da capa do livro

Detalhe da capa do livro


REPRODUÇÃO/JC
"A vida é bela / só nos resta viver", diz Angela Ro Ro nos versos da canção, e Mario Quintana escreveu "minha morte nasceu quando eu nasci/ despertou, balbuciou, cresceu comigo". Desses versos lembro depois de ler os densos, delicados e profundos poemas do livro mais recente da consagrada e premiada poeta, professora, defensora pública e advogada Maria Carpi, intitulado Tudo o que é belo é efêmero (Modelo de Nuvem, 104 páginas).
"A vida é bela / só nos resta viver", diz Angela Ro Ro nos versos da canção, e Mario Quintana escreveu "minha morte nasceu quando eu nasci/ despertou, balbuciou, cresceu comigo". Desses versos lembro depois de ler os densos, delicados e profundos poemas do livro mais recente da consagrada e premiada poeta, professora, defensora pública e advogada Maria Carpi, intitulado Tudo o que é belo é efêmero (Modelo de Nuvem, 104 páginas).
Maria Carpi estreou com o premiado Nos gerais da dor e gosta de desenvolver temas em suas obras poéticas. Em Tudo o que é belo é efêmero, os motes são a morte, o tempo, o amor, a (in)finitude e a constatação de que "nada nos salva de viver". "Entro, pois, moça na velhice", escrito em outro poema, precede outros versos como "chegar é não ter mais bagagens nem datas, para teres a certeza que realmente saíste/ verifica se / ao término, o longe era o ponto de partida".
Na apresentação, escreve Fabrício Carpinejar: "O que Maria Carpi realiza, com sua intuição prodigiosa e seu estro rigoroso, é uma justiça poética. Ela vinga experiências, justifica emoções, recompõe perdas. Por detrás de arroubos e rompantes, de relâmpagos e versículos, existe uma teoria corrente e refinada: aceitar a transitoriedade é intensificar o esforço de amar. Quem se sabe provisório ama mais. Quem se sabe efêmero ama o dobro."
Com simplicidade límpida e sabedoria profunda, Maria Carpi nos oferece versos como: "O tempo é uma criança rindo/ de nossa velhice precoce"; "Pedi ao Senhor dos Tempos /encanecido de eternidades / mais um tempo a meu tempo / e quando ele alargou-me / os dias, apenas sentei no alpendre / a escutar as ervas crescendo", ou "a eternidade e o instantâneo / A peregrinação da visão/ e a corça no campo. / Serão os olhos/ que se deslocam /ou a vivacidade da luz/ que se localiza a bale?".
Entre a vida e a morte, entre o início, o meio e o fim do caminho, entre o silêncio e o verbo, entre o mistério e a revelação, Maria reflete: "Eu agradeço tudo o que não tive. / Tudo o que não tive não precisa ser perdido ou apagado. / Ninguém me arrancará dos braços o que não abracei".
Entre as perguntas, as respostas, os mistérios e as luzes da poesia, Maria nos apresenta até mesmo a eternidade do efêmero e, ao final, declara seu amor pela rosa que a sobreviverá, depois do plantio e do replantio, dos sonhos que ficaram em botão e dos amores apenas espinhos.

Lançamentos

Médicos italianos no Sul do Brasil 1892-1938 (Edipucrs, 388 páginas), da médica, professora, historiadora e doutora em História pela Pucrs Leonor Baptista Schwartsmann mostra, com profundidade e brilho, que não apenas pobres e analfabetos vieram ao Brasil. Trabalhadores altamente qualificados e indivíduos com talentos especiais vieram e influenciaram na circulação de ideias e conhecimentos.
Histórias que os jornais não contam (L&PM, 162 páginas), do médico e escritor Moacyr Scliar, traz 54 crônicas inspiradas em notícias de jornal, extraídas de sua colaboração de quase duas décadas para a Folha de S. Paulo. Os relatos partiram de onde a notícias da Folha terminavam e desafiaram a fronteira entre a ficção e a realidade, com o inusitado da vida envolvido pelo encantamento da literatura.
Laços de sangue - História secreta do PCC (220 páginas, R$ 44,90), do procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino e do jornalista investigativo Cláudio Tognolli, revela as origens do PCC. O grupo foi criado nos presídios de Taubaté (São Paulo) e amedronta o Brasil e países vizinhos com ações envolvendo rebeliões, assaltos, assassinatos, sequestros e narcotráfico.
 

Seja feliz!

Tristeza não tem fim, felicidade sim, dizem os versos da famosa canção de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Agora me diga: quantas pessoas realmente felizes com a família, os amigos, o trabalho e a vida você conhece? Complicado, não é? Melhor deixar a pergunta para lá e tentar aproveitar os momentos de felicidade que a vida oferece, antes que seja tarde. E sem perguntar muito o que é felicidade.
A arte de ser infeliz - Desarmando armadilhas emocionais (Matheus Colombo Mendes Editor, [email protected], 264 páginas) do Dr. Nelio Tombini, psiquiatra, palestrante e consultor, coletânea de textos breves sobre emoções, infelicidade, tristeza, depressão, bullying, Viagra, sexo, poder e relacionamento, mostra como somos vítimas da tendência de sermos infelizes e o que podemos fazer para ter uma existência mais sorridente.
Com mais de 40 anos de experiência, especialista em Psiquiatria, Tombini criou o setor psiquiátrico da Santa Casa, lá ficou 22 anos e abriu o primeiro serviço de doenças afetivas. Fundador da Psicobreve - Clínica de Psicoterapia Breve, tem feito palestras, workshops e consultorias empresariais e produziu a série de vídeos on-line "5 minutos com o psiquiatra Nelio Tombini" para desenvolver um projeto com o público em geral.
O também médico J.J. Camargo prefacia: "Que ninguém tenha a pretensão de, ao final desta obra, sentir-se um especialista. Porém, não resta nenhuma dúvida de que este mergulho na alma humana fará de cada leitor uma pessoa mais compreensiva, doce e generosa. Abrace o livro".
É isso. Os textos leves, singelos e envolventes de Tombini tratam de muitos temas ligados à felicidade e mostram, com exemplos do cotidiano de pessoas reais, como podemos nos conhecer melhor e evitar sofrimentos desnecessários. É preciso lidar com a culpa, conhecer ao menos um pouco as complexidades de nosso rico inconsciente e viver de forma mais feliz e bem-humorada. É melhor para nossa saúde, para a saúde dos que nos cercam e é melhor para o mundo. Pessoas felizes podem tornar os outros mais felizes e auxiliam a termos um planeta mais pacífico e generoso.
Com seu desejo de ajudar e com a vontade de que as pessoas vivam com mais prazer, Tombini fala de busca de perfeição, intolerância, sofrimento emocional como proteção, a importância da verdade nas relações, preconceito com a doença mental, o lado transgressor de cada um de nós, os malefícios de cultivar a vingança e outros temas atuais e candentes. Mesclando conhecimento científico com histórias do cotidiano das pessoas, a obra atinge seu objetivo.
O autor nos auxilia a não exercer a arte milenar da infelicidade, a não agir contra nós mesmos e nos mostra formas de controlarmos os instintos naturais que nos levam à infelicidade. Se conheça, seja feliz, vale a pena é a síntese da longa experiência de Tombini, ora compartilhada generosamente.
 

A propósito...

Não existe felicidade ininterrupta, muito menos fórmulas fáceis para viver feliz. Não tem receita de bolo feliz para todos e para toda a vida. Existem caminhos, percepções, hábitos e autoconhecimento que ajudam as pessoas a serem felizes. É disso que fala o dr. Nelio Tombini, depois de décadas de experiência profissional e de contato diário com pessoas, com as quais cresceu e ajudou a buscar possibilidades de não caírem nas conhecidas armadilhas emocionais que nos botam para baixo. Seja feliz! É bom, bonito e, quase sempre, não é tão caro assim. As outras pessoas e o mundo vão lhe agradecer e lhe devolverão felicidade.